O Bebê de Bridget Jones

Admito não fiquei animada ao assistir os trailers de O Bebê de Bridget Jones. Reencontramos a personagem uma década após o "final feliz" do segundo filme, em uma posição similar a do início do primeiro longa, mas com uma atitude completamente diferente. Separada de Darcy, ela é bem sucedida no trabalho, conseguiu se tornar uma quarentona sarada, cercou-se de amigos e não se preocupa mais em morrer sozinha. Além disso, Daniel Cleaver não está no longa. E Impossível não temer: será eliminaram as principais características da protagonista?

Felizmente, à exceção da forma física, Bridget (Renée Zellweger) continua sendo uma solteirona adorável e desajeitada. E agora tenta aproveitar a vida mesmo que esta não saia como planejado. O resultado é uma noite casual ao lado de Jack Qwant (Patrick Dempsey) e uma inesperada recaída com o ex Mark Darcy (Colin Firth) em um curto período de tempo. E uma gravidez inesperada. Sem saber quem é o pai, a protagonista embarca novamente em um triangulo amoroso maluco à ser resolvido em nove meses.

Este terceiro longa baseado na personagem criada por Helen Fielding é o primeiro roteiro original. Assim como os outros é escrito pela própria autora, dessa vez em parceria com com Dan Mazer e Emma Thompson (que também está no elenco). E passa longe da trama de Bridget Jones: Louca pelo garoto, lançado em 2013.

O Bebê de Bridget Jones é uma grata surpresa para os fãs. Especialmente aqueles que não curtiram tanto assim a sequencia No limite da Razão. Este terceiro longa é mais coerente que o segundo filme e tão engraçada que o primeiro. Ajustes precisaram ser feitos é claro, mas o roteiro foi é bem desenvolvido e traz o personagem para os tempos de hoje. Sim, muita coisa mudou desde 2004.

A mudança mais gritante é que o diário de Bridget agora é digital, e ela não faz mais tantas listas. Mas estas são as únicas coisas de que você sentirá falta, já que até a ausência de Daniel Cleaver (Hugh Grant não quis reprisar o papel) é justificada. E pensando bem, se a paternidade fosse dividida entre Cleaver e Darcy, talvez o clima ficasse mais tenso. Afinal, quantas vezes a protagonista teria uma recaída pelo mulherengo vivido por Grant? Sendo assim, Dempsey cumpre bem seu papel e dá um frescor à serie.


Os velhos, e peculiares, amigos de Bridget estão todos de volta. Mas agora tem suas próprias famílias e preocupações. Assim como seus pais. Tudo bem, pois não faltam novos amigos, e Miranda (Sarah Solemani) é a mais divertida delas. Quem rouba a cena no entanto é Emma Thompson no papel da sincera obstetra da protagonista.

O escorregão fica por conta da maquiagem, que parece oscilar entre uma sequencia e outra. Especialmente em Firth, que envelhece e volta a rejuvenescer de uma cena para outra. Vale apontar a estranheza na aparência de Zellweger não é culpa apenas da maquiagem, mas de uma polêmica interferência estética que atriz fizera há algum tempo. Enquanto a sequência com 'flashbacks' do primeiro longa também não ajuda a disfarçar a diferença.

Um ponto forte da franquia que está presente neste novo filme é a trilha sonora. Atualizada para os hits da época, e com alguns clássicos da franquia (sim, All by Myself!). Ed Sheeran não apenas está presente na trilha, mas também faz uma bem vinda aparição no longa.

Bridget Jones está diferente é verdade. Mas a preparação para ser mãe vai mostrar que sua essência continua a mesma. Tudo isso de forma inteligente, desbocada e muito divertida!

O Bebê de Bridget Jones (Bridget Jones's Baby)
2016 - Reino unido/Irlanda/França/Eua - 123min
Comédia

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