Zoey e a sua Fantástica Playlist - 2ª temporada

A primeira temporada de Zoey e a sua Fantástica Playlist foi corajosa por se permitir terminar de forma melancólica e madura. O segundo ano da série musical tem esse momento mais dramático como ponto de partida, trabalhando o luto e a confusão de sentimentos de sua protagonista, com honestidade e leveza. 

Zoey (Jane Levy), a programadora com o dom de ouvir os sentimentos mais profundos das pessoas em forma de música acaba de perder o pai. E o luto faz com que a moça tome diversas decisões ruins em relação ao trabalho e a vida romântica, e até se sinta um peso na vida dos amigos. Paralelamente os demais personagens tem seus pequenos arcos, que tratam de realização pessoal, profissional, racismo, depressão, e claro, mais romance.

Destes arcos menores o que mais surpreende é a depressão pós parto de Emily (Alice Lee) apresentado de forma simples e direta. Mostra como a doença pode ser devastadora e silenciosa. Outro tema "sério" que também chama atenção é a falta de diversidade em cargos altos de grandes empresas, como a fictícia SPRQ Point, e a forma equivocada como estas lidam com isso. O desafio de Maggie (Mary Steenburgen), de seguir em frente após dedicar os últimos anos à saúde do marido também ganha atenção em vários episódios. 

Há também diferentes arcos de sobre realização profissional, a promoção da protagonista e as responsabilidades desse novo cargo, a decisão de David (Andrew Leeds) de abandonar a carreira, e a parceria profissional ente Max e Mô (Skylar Astin e Alex Newell), e a realização profissional que cada um busca nela. Além é claro, de suas desventuras amorosas, enquanto Zoey continua a lidar com seu triângulo amoroso, Mô precisa se abrir para relações mais maduras. Tudo isso guiado pelos conflitos e relações de suas diferentes personalidades, e regado à muita música. 

E por falar em música, a escolha do repertório continua acertada e diversa. Assim como, os números musicais mantém a qualidade da temporada anterior, seja com números intimistas cantados apenas para Zoey, ou grandiosos com dezenas de dançarinos. Sempre com o bom uso de longos planos, cheios de coreografias e que exploram bem o cenário em que estão situados.

Sem grandes reviravoltas, o roteiro de Zoey e a sua Fantástica Playlist, conta com a trilha sonora para dar originalidade aos dilemas cotidianos de uma garota. O caminho até pode ser previsível, mas a forma como os personagens o percorrem que torna a série divertida e cativante. O que passa também pelo trabalho eficiente elenco, carismático e entregue a proposta musical. Mesmo aqueles que não são necessariamente cantores, mergulham de cabeça nas performances, dando um tom de veracidade aos dilemas interpretados nas canções. 

O desfecho deste segundo ano, traz possibilidades de novas histórias, mas também funciona como um encerramento, no melhor estilo "e viveram musicais para sempre". O que pode de fato ser o final da história, já que a produção foi cancelada pelo canal NBC, embora seus produtores ainda tenham esperança de encontrar um novo lar para ela. #saveZoeysplaylist

Com temporadas futuras, ou não, Zoey e a sua Fantástica Playlist merece a maratona. Inteligente, divertida, com bons temas e extraordinários números musicais. É aquela série alto-astral e leve, sem ser boba ou vazia. Uma daquelas produções que aquecem o coração, e tem fazem querer cantar e dançar pela rua, sem receio de ser feliz. 

A segunda temporada de Zoey e a sua Fantástica Playlist tem 13 episódios com cerca de uma hora cada (o primeiro ano, tem 12 episódios). As duas temporadas estão disponíveis na Globoplay.

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