Zoey e a sua Fantástica Playlist - 1ª temporada


Adoraria viver em um musical de cinema, onde de repente todos cantam e dançam pelas ruas sem motivo aparente? É fã saudoso dos bons tempos de Glee? Ou ama as produções musicais do Disney Channel, mesmo já tendo "passado da idade" (um segredo: não há idade pra isso!)? Zoey e a sua Fantástica Playlist é um achado pra você meu caro amigo que ama musicais. 

Zoey (Jane Levy) é uma programadora que após um evento incomum ganha a habilidade de ouvir os sentimentos e desejos mais profundos das pessoas, em forma de música! E claro, precisa intervir para que as canções/conflitos se resolvam.


A proposta é simples, mas as possibilidades são infinitas. Tanto de opções para números musicais, quanto de conflitos para a protagonista. Enquanto a eficiente conversa entre estes dois aspectos torna tudo mais interessante. Das inseguranças da chefe louca, passando por conflitos amorosos, disputas no trabalho, vizinhos excêntricos, até a doença do pai, não faltam desafios ao longo dos doze episódios com menos de uma hora cada. 

Aos pouco ela compreende as regras (ou seria a ausência delas?) de seu novo dom. E enquanto se aproxima, e ajuda pessoas à sua volta, compreende que essa habilidade que antes parecia uma maldição, pode na verdade ser uma dádiva. Até lá, ela comete inúmeros erros, passa por situações constrangedoras e extremamente divertidas, para o público, claro!


Não se tratam de conflitos inéditos ou extraordinariamente complexos, mas são bem construídos, desenvolvidos em um ritmo ágil e agradável, e principalmente com uma excelente trilha sonora. O texto afiado, e as performances musicais exigem bastante do elenco, que entrega um trabalho afinado (com perdão do trocadilho), mesmo entre aqueles, que não são necessariamente cantores. 

Parte dos rostos já é conhecido do grande público, Skylar Astin (A Escolha Perfeita), Alex Newell (Glee), Peter Gallagher (The O.C.), Mary Steenburgene (De Volta para o Futuro III) Lauren Graham (Gilmore Girls). A exceção é mesmo Jane Levy, que encara aqui seu primeiro papel de maior destaque, e demonstra ter um carisma surpreendente. Carregando o programa tanto as partes cômicas, como as dramáticas. Sim, há alguns momentos de cortar o coração nesta produção "good vibes".


O drama é o ponto surpreendente da produção, que utiliza o arco do pai da protagonista (personagem de Gallagher) para trazer uma jornada sensível e melancólica. Mitch tem uma doença degenerativa que o aprisiona em seu próprio corpo, os números musicais que apenas Zoey vê, são os únicos momentos em que ele consegue se expressar. 

Outra escolha surpreendente e corajosa da produção, foi terminar a temporada com um tom emocional mais introspectivo e até depressivo. Ao usar a mesma excelente playlist para fazer os personagens lidarem com a perda. A série termina em um tom mais sério e maduro, que o restante da temporada, vibrante e divertido, mas sem perder sua personalidade. É um chute metafórico de volta ao mundo real, o que nos faz apenas ansiar por mais episódios. A segunda temporada da série já está confirmada. 


Divertida, moderna e com uma maturidade inesperada, Zoey e a sua Fantástica Playlist é o sonho de todo amante de musicais: que as pessoas comessem a cantar e dançar em qualquer lugar, sem aviso, nem ensaio. Mas com excelentes números, grandes motivações por trás deles.

A série está disponível na Globoplay. 

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