Titãs - 2ª temporada

O maior problema da primeira temporada de Titãs é seu desfecho. A história é interrompida no meio da batalha clímax na tentativa de criar um desnecessário gancho para atrair  o público para o ano dois. Apesar da falha não se repetir ao final da segunda temporada da série, ela foi suficiente para determinar o ritmo da história.

Com a resolução do grande embate do ano anterior como ponto de partida, é apenas no segundo episódio que de fato começamos a acompanhar a jornada desta temporada. Dick (Brenton Thwaite) reabre a sede dos Titãs em São Francisco, para dar lar e treinamento à Ravena (Teagan Croft), Mutano (Ryan Potter) e o rebelde Robin atual, Jason Todd (Curran Walters). Estelar (Anna Diop), Rapina (Alan Ritchson), Columba (Minka Kelly) e Dona (Conor Leslie) tentam seguir com suas vidas até que sejam obrigados a se reunir novamente.

O retorno de vilões do passado obriga á equipe original à voltar a ativa, assim conhecemos os eventos que os separaram. Enquanto Dick exagera super protege seus pupilos que ficam frustados por ficar de fora. Rachel tem dificuldade de controlar seus poderes em crescimento. Kori lida com problemas de seu planeta. E Conner (Joshua Orpin), o Superboy apresentado na cena pós créditos do ano anterior inicia sua jornada de auto-conhecimento. Também somos apresentados à Kripto, Rose Wilson (Chelsea Zhang) e finalmente conhecemos alguém do primeiro escalão com as aparições de Bruce Wayne (Iain Glen, o Sor Jorah mormont de Game of Thrones).

Parece muita coisa? E é! Com muitos personagens, arcos e histórias de origem para apresentar, o segundo ano de Titãs tenta contar muitas histórias, e acaba não desenvolvendo bem nenhuma delas.

O foco continua sendo Dick, que precisa lidar os vilões, os antigos parceiros, a nova equipe, a relação com Bruce. A sobrecarga de responsabilidades é abordada de forma tradicional, com segredos, erros, escolhas ruins e até alucinações.

Os demais personagens entram e saem dos holofotes conforme o roteiro exige. Deixando evidente que a produção não descobriu como equilibrar tantos personagens e tramas. Todo mundo tem um dilema à superar, mas o desenvolvimento dos arcos é confuso e desencontrado.

Longos flashbacks, desvios para histórias paralelas que duram episódios inteiros, desaparecimentos e reaparecimentos de personagens, estão entre os recursos que enfraquecem o ritmo da história e o desenvolvimento dos arcos individuais. O que apenas fica mais inchado e arrastado com o grande número de episódios, 13 no total.

O elenco continua o bom trabalho do ano anterior, e as novas adições funcionam bem com os personagens já conhecidos. Os figurinos maravilhosamente espalhafatosos, também seguem no padrão de acertos do ano anterior. Já as cenas de ação não menos empolgantes, o que é curioso já que temos o dobro de heróis (e poderes) em cena.

O desfecho da temporada é menos apelativo que o ano anterior. Existem problemas a serem resolvidos e respostas a serem dada, mas nada tão irritante como encerrar a temporada no meio da luta. Alguém mais ficou com a sensação que o episódio um deste ano, Trigon, é na verdade o último da temporada anterior? Assim teríamos duas temporadas de 12 episódios, ao invés de 11 e 13. Fica o pensamento.

A segunda temporada de Titãs continua explorando a curiosa mistura de temática mais sombria e uniformes coloridos. Embora mesmo estes acertos, fiquem em segundo plano por causa das muitas histórias que pretende contar. Conserta o grande erro do ano anterior encerrando melhor a história, mas a jornada até lá é inchada, oscilante e confusa. O resultado é uma maratona cansativa e a sensação de potencial desperdiçado. Ainda bem que os personagens são carismáticos o suficiente para torcermos por acertos no já confirmado terceiro ano.

A segunda temporada de Titãs tem 13 episódios, a série é um projeto do serviço de streaming da DC, mas no Brasil os episódios são disponibilizados pela Netflix. Leia a crítica da 1ª temporada.

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