Drácula - Uma História de Amor Eterno

Desde Nosferatu de 1922, toda geração tem suas histórias de vampiro no cinema. Desde Drácula de 1931, de tempos em tempos alguma encarnação oficial do sangue suga de Bram Stoker. A década de 2020, acaba de ganhar seu exemplar, dirigido por Luc Besson.

Dracula (Caleb Landry Jones) era um príncipe católico extremamente devoto no século XV. Sem receio de derramar sangue em nome de Deus, pedindo em troca apenas que ele poupasse sua esposa. Quando Elisabeta (Zoë Bleu) morre, ele renega a divindade, e é amaldiçoado, com a vida eterna e outras habilidades peculiares. E passa séculos esperando e procurando pela reencarnação de sua amada. Que parece surgir no século XIX, durante a Belle Époque em Paris.

Besson pega os elementos chave do personagem, suas habilidades, sua personalidade soturna e sua altivez. E outras características herdadas de muitas reimaginações e adaptações ao longo dos anos, como a sensibilidade à luz e a alternancia de visual, para criar seu próprio romance sobre a criatura. 

A história de um homem que busca sua esposa por quatrocentos anos. Que acompanhmos por duas linhas narrativas. Em uma delas, o corretor  Jonathan Harker (Ewens Abid) vai negociar com um certo conde em um castelo em uma região remota. Na outra acompanhamos a consultoria de um Padre (Christoph Waltz) em um hopital psiquiátrico, sobre uma moça com sintomas incomuns.

É claro, que essas duas linhas vão se unir, no tão esperado reencontro do personagem título. Trazendo boas ideias como, mostrar sua busca através dos tempos. E seu poder sob seus subalternos. E outras não tão legais assim, como a conveniente exposição parcial à luz do sol, e principalmente as gargulas que servem o conde. 

As  criaturas em CGI, trazem um ar lúdico que vai de encontro à toda a atmosfera construída pela produção. Se foi uma ideia que deu errado, ou uma tentativa fracassada de trazer humor à narrativa, não sei dizer. Mas posso afirmar, que sempre que davam as caras, as criaturas quebravam a ilusão do filme. 

Servos de pedra à parte, o visual do filme é rico e bem pensado. Marcando bem as diferentes épocas, e trazendo um ar gótico inesperado para a Belle Époque, com uma iluminação mais dramática apostando no jogo de luz e sombra, para criar um mundo rústico e pesado, que nos mantém agoniados por toda a projeção. 

Os elenco é eficiente, mas não muito carismático. Tornando difícil construir muita empatia pelos personagens. Os destaques do elenco são Christoph Waltz, fazendo o mesmo trabalho que entrega desde Bastardos Inglórios, o cara de sotaque estranho que tem muito a dizer. Só que aqui na variação padre/Van Helsing.

E claro, Caleb Landry Jones, para quem este Drácula foi imaginado. Luc Besson afirmou ter feito essa versão do vampiro para poder trabalhar novamente com Jones. Não necessáriamente por querer trazer sua visão do personagem ao mundo. E talvez isso explique o porquê este é o único personagem para quem a gente de fato torce durante o filme.

Sim, a gente sabe que ele é o vilão. Matou e usou muita gente por séculos, mas ele também é só alguém apaixonado em busa de sua amada. Uma mudança de perspectiva muito bem vinda e interessante, mas que acaba perdendo força com o desfecho escolhido. Sem dar spoilers, a sensação que fica, é que depois de quatro séculos procurando, o Vlad desistiu de sua amada muito fácil. Uma escolha bastante anticlimática na minha humilde opinião. 

Drácula - Uma História de Amor Eterno é a versão do personagem da vez. Muito melhor que o representante da década passada Drácula - A História Nunca Contada (2014), mas longe de ser uma das encarnações definitivas do vampiro. Traz tanto boas ideias quanto ruins, por isso entrentém, mas não deve ficar na memória por muito tempo!

Drácula: Uma História de Amor Eterno (Dracula: A Love Tale)
2025 - EUA - 129min
Fantasia, Romance, Terror

Post a Comment

أحدث أقدم