Exército de Ladrões: Invasão da Europa

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas é um filme cheio de intenções de se transformar em franquia, com mitologia de zumbis própria, que inclui uma origem alienígena e até uma sociedade própria. O que ninguém poderia imaginar é que o próximo filme deste universo de Zack  Synder para a Netflix passaria longe dos mortos vivos.

Exército de Ladrões: Invasão da Europa (Army of Thieves no original) volta no tempo para contar a história de um dos membros da equipe de assalto do longa original. O nerd de cofres Ludwig Dieter (Matthias Schweighöfer que também dirige o longa), é convocado por um grupo de ladrões para cometer uma série de roubos aos cofres mais complexos do mundo. 

Acontece que esta história acontece imediatamente antes dos eventos do filme original, quando a infecção zumbi está em seu principio, dando as caras apenas em matérias de TV. Não, não há zumbis neste longa, muito menos à sanguinolência adotada pela produção original. trata-se de um tradicional filme de assalto, que se apoia muito no carisma de seu protagonista, e em pitadas de humor. 

Deslocado nesse novo mundo de crimes, cheio de manias e sempre assustado Dieter é carismático, e tem a vantagem de já ter conquistado parte da audiência no longa anterior. Já a equipe é enxuta (talvez por não precisar ser eliminada por zumbis ao longo da ação), e consequentemente mais relacionável. Gwendoline (Nathalie Emmanuel) é a líder dedos leves, Rolph (Guz Khan) é o piloto de fuga, a portuguesa Korina (Ruby O. Fee) a hacker, enquanto Brad Cage (Stuart Martin) é o brutamontes mal encarado do grupo. 

Assim, a produção segue a tradicional fórmula dos filmes de assalto: trazer um novato essencial, apresentar uma equipe de especialistas, executar um plano mirabolante, ter problemas com o plano e a equipe, reorganizar tudo, enganar a polícia magistralmente, ser bem sucedido, ou não, no processo. Além de criminosos que podemos adorar, afinal não matam no processo e estão nessa pelo desafio, não apenas por dinheiro. Schweighöfer emula bem o estilo e ritmo de produções semelhantes nos momentos em que a equipe está em ação. Conseguindo, inclusive, fazer algumas piadas sobre esta fórmula.

É no restante do tempo que a produção perde o ritmo, e se arrasta em alguns momentos. Seja para criar as conexões com a franquia, seja para reexplicar ou reforçar detalhes da trama, e relações entre os membros do grupo. Mesmo a apresentação de Dieter e seu recrutamento é mais longa que o necessário, apesar da produção estar ciente da familiaridade da fórmula "filme de assalto" adotada, e de que o personagem já fora apresentando ao público antes. Em resumo, o filme demora para de fato começar, e para bruscamente entre uma ou outro roubo.

Se esse arrasto espanta o público, ou é necessário para atualizar alguns, vai ao gosto do freguês. Particularmente, a demora diminuiu meu envolvimento com os personagens e a trama. Ainda sim, quando a produção deixa a história avançar, a capacidade de captura de atenção cresce absurdamente. 

O elenco não traz grandes atuações, além da carismática entrega do protagonista. A fotografia não segue o colorido do longa anterior, entregando cores mais sóbrias e cinzentas, como o metal dos cofres que arromba. Enquanto a trilha de Steve Mazzaro e Hans Zimmer entrega o que cada cena precisa.

Exército de Ladrões: Invasão da Europa transforma em protagonista um coadjuvante que roubou a cena, e acerta na tarefa mais difícil fazê-lo manter o carisma neste processo. Faz parte de uma franquia, mas não está preso à seus paradigmas, nem tem a obrigação de expandir seu universo. É apenas um tradicional filme de assalto, que não está livre de falhas, mas diverte na maior parte do tempo.

Exército de Ladrões: Invasão da Europa (Army of Thieves)
2021 - EUA - 127min
Ação, Comédia

Leia a crítica de Army of the Dead: Invasão em Las Vegas 

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