The Walking Dead - temporada extendida

Quando escrevi a crítica da décima temporada de The Walking Dead, em abril de 2020, ela tecnicamente ainda não havia acabado. O 16° e último episódio, teve sua produção interrompida por causa da pandemia de Covid-19. Este capítulo acabou sendo exibido em outubro do mesmo ano, enquanto a temporada ganhou seis episódios bônus, que chegaram à telinha entre março e abril de 2021. Assim a temporada termina um ano após, e de forma bem diferente do plano original. 

A Certain Doom, o outrora episódio final cumpre o protocolo, ao mostrar a batalha final entre Beta (será que agora ele seria o Alfa?), e o grupo. Seguindo o padrão de "plano mirabolante suicida" e hordas gigantescas do décimo ano. Somado ao heroico retorno de Maggie, como gancho para a temporada seguinte. 

Gancho este que curiosamente se mantém, mesmo com os episódios extras exibidos recentemente. Isto porque este seis capítulos, não tinham intenção alguma de evoluir com a trama. Produzidos durante a pandemia, com equipe reduzida e protocolos de segurança, seu objetivo é fornecer material adicional à mitologia, e manter a marca The Walking Dead, fresca na memória até a chegada da 11° e última temporada. 

Oportunidade bem aproveitada em One More e Splinter, respectivamente 19° e 20° episódios. O primeiro deles, apresenta uma nova faceta de Padre Gabriel. Personagem controverso, mais odiado que adorado, mas que tem mostrado um crescimento interessante nos últimos ano. Já o capítulo vinte apresenta melhor a Princesa (sim, este é o nome dela). A moça maluquinha e espalhafatosa que se juntou por acaso à jornada de Eugine, realmente tem problemas, mas já parece leal aos novos amigos. Sua jornada também dá um vislumbre dos próximos antagonistas da série.

Here's Negan, olha para o passado do ex-vilão. Apresentando quem ele era antes do apocalipse, e nos primeiros dias após o fim do mundo. Rocambolesco, o roteiro por pouco não nos confunde, ao colocar flashbacks, dentro de flashbacks, após flashbacks. Mas a boa atuação de Jeffrey Dean Morgan, mantém tudo coeso. E a reflexão traz uma bem vinda nova fase de Negan, que pretende ficar e encarar a possível vingança de Maggie. 


Home Sweet Home, é o mais burocrático dos episódios. Estabelece o retorno de Maggie, e apresenta aqueles que vem com ela, inclusive alguns inimigos. São Find Me e Diverged os pontos fracos da temporada estendida, ao optar por desenvolver personagens já explorados à exaustão. Daryl e Carol devem ganhar um spin-off próprio em breve, e estes episódios parecem trabalhar mais pela série futura que pela atual. 

Em Find Me acompanhamos um romance o personagem de Norman Reedos viveu durante o salto de tempo da série, e a origem de seu Cão. Diverged mostra os melhores amigos do apocalipse (e Cão), em conflitos internos paralelos.  Reforçando o que já sabemos há tempos, Carol e Daryl funcionam melhor juntos. Episódios bem construídos, mas que não acrescentam nem à narrativa, nem ao arco dos personagens.

Uma temporada estendida assumidamente construída por fillers (aqueles episódios que não acrescentam à trama, apenas fazem volume). Felizmente a maioria deles é bem aproveitada, e usada para construir melhor alguns personagens. Coisa que The Walking Dead precisa desesperadamente, desde que perdeu parte de seu elenco principal. Construir empatia por novos rostos, para termos por quem nos preocupar na temporada final. 

Ao final das contas, a série sobre uma pandemia fictícia, que foi interrompida por uma pandemia real, encontrou um caminho interessante para seguir contando sua história. Pode não ter sido excelente, mas foi eficiente!

A 11º temporada de The Walking Dead deve estrear em 22 de agosto de 2021, e deverá ser a mais longa de todas. No Brasil a série é exibida pelo Star Channel (antigo Fox Channel).

Leia mais sobre o universo de The Walking Dead.


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