The Umbrella Academy - 2ª temporada

Em sua primeira temporada na Netflix, a força tarefa The Umbrella Academy se reuniu após anos separados. E, entre encontros e desencontros, tentou salvar o mundo, e falhou miseravelmente. A tentativa de reverter esta falha é o estopim para um eletrizante segundo ano da série.

Após não evitar o apocalipse, Luther(Tom Hopper), Diego (David Castañeda), Allison (Emmy Raver-Lampman), Klaus (Robert Sheehan) Ben (Justin H. Min), Vanya (Ellen Page) e Cinco (Aidan Gallagher) voltam no tempo para tentar evitar o fim do mundo, mas acabam espalhados pela linha do tempo. E surpresa, tem um novo apocalipse a ser evitado.

Não, eu não errei a sinopse. Você entendeu, a premissa da segunda temporada de The Umbrella Academy é a mesma da primeira temporada. Os irmãos precisam se encontrar e entrar em sintonia para salvar o mundo, e a si mesmos. As disputas de família que imperavam no ano um, foram superadas, ou ao menos evoluíram, o que cria a divisão aqui é a separação literal. O distanciamento físico que faz cada indivíduo ter experiências distintas e consequentemente objetivos pessoais únicos.

É aqui que a série traz novidades, tendo consciência da época em que se passa e trazendo discussões coerentes para o momento e personagens presos nele. Os irmãos ficam presos na década de 1960, assim Alison precisa lidar com a segregação racial, e seu arco aborda a luta pelos direitos civis.

Vanya enfrenta a posição de submissão, que se acreditava ser o "papel da mulher", o preconceito quando ao relacionamento de pessoas do mesmo sexo, e até a desconfiança gerada pela guerra fria. Enquanto Klaus relembra o movimento hippie, e a facilidade do ser humano em seguir cegamente seitas e supostos messias.

Há também tempo para o desenvolvimento do relacionamento entre eles, romances, inimigos, conspirações, e claro, a grande tarefa de salvar o mundo. Para alguns pode soar como temas demais, mas é essa variedade que traz tanto riqueza quanto ritmo para a história. Acompanhamos os vários arcos alternadamente, e nenhum deles soa corrido, ou de menor importância. A boa dinâmica entre os arcos, e a imprevisibilidade do roteiro, faz com que a história flua confortavelmente ao longo dos dez episódios.

Também imprevisível, e merecedora de nota, é a escolha da trilha sonora. Desde “Bibbidi-Bobbidi-Boo” (Perry Como and the Fontane Sisters), passando por um cover sueco de "Hello" da Adelle, até “Everybody" (Backstreet Boy), a escolha é sempre a mais inusitada, e ainda sim coerente com o que as sequencias precisam.

O elenco mantém o bom trabalho do primeiro ano, com destaques para o caçula do elenco Aidan Gallagher, interpretando o mais velho dos irmãos. E para o sempre carismático Klaus de Robert Sheehan.  Os efeitos especiais convencem mais, agora que Pogo não está tão presente. E as cenas de luta são eficientes, compreensíveis e dinâmicas.

Cenografia, locações e figurino, são eficientes tanto na reconstrução da época, quando para dar a amplitude de cada situação, seja ela intimista como as reuniões dos direitos civis de Allisson, ou grandiosa como os embates com a Comissão.

Brincando com as inúmeras possibilidades fornecidas pela viagem no tempo, e pela existência de pessoas superpoderosas, o desfecho resolve bem a maioria dos problemas apresentados neste ano. Mas, é claro, abre várias novas questões, traz o famigerado "gancho" para uma próxima temporada ainda não confirmada.

Eletrizante, divertida e inteligente, The Umbrella Academy, pegou o esqueleto do primeiro ano, e o recriou de forma aprimorada e com novas idéias para explorar. Deixando um gostinho de quero mais, e muitas possibilidades para um terceiro ano. A melhor delas, ver a equipe finalmente junta, enfrentando um mal maior e mais pessoal. Que venha a temporada três!

The Umbrella Academy é inspirada nos quadrinhos homônimos de Gerard Way e Gabriel Bá,  tem duas temporadas, cada uma com dez episódios com cerca de uma hora cada. Todos já disponíveis na Netflix.

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