Combo: Walt e Mary Poppins

Hora de voltar com aquela série que traz obras que não compõem uma franquia, mas se complementam de alguma forma, para você poder fazer aquela sessão combo de filmes. A indicação de hoje, pode até soar meio óbvia para alguns, mas nela há alguns pontos a serem discutidos.

Um clássico, um remake não tão brilhante e uma biografia de fidelidade questionável compõem a dica de hoje. Todas giram em torno de Mary Poppins, personagem literária criada por P. L. Travers em 1934. A melhor babá do mundo já foi adaptada para as telonas duas vezes pela Disney, em versões que desagradam sua criadora.


Mary Poppins
(Mary Poppins - 1964 - EUA - 139min)
Caso você tenha ficado preso em uma fila de banco por toda a sua vida e ainda não a conheça, Mary Poppins é uma babá mágica babá inglesa. Em sua primeira aparição nas telas, ela cuida de Jane e Michael Banks, mas acaba resgatando toda a família, especialmente o Sr. Banks de sua vida focada no trabalho. E o faz, com muita música, dança e magia, a mais impressionante na época (e ainda nos dias de hoje) a interação entre atores e personagens animados.

Vencedor de cinco Oscar, e maior bilheteria mundial de 1964, o longa é pouco fiel à obra original. Mudanças foram feitas (à contragosto da autora) para tornar Mary menos fria que na versão literária. Outras adições da versão Disney contestada por Travers, foram a música e as sequências em animação. Curiosamente, tudo que mais agrada na produção.

A adaptação surgiu de um pedido das filhas de Walt Disney, que ele levou mais de vinte anos para cumprir. Tempo que levou para convencer P. L. Travers a liberar os direitos da obra. Dirigido por Robert Stevenson, com Julie Andrews no papel principal. Conta também com Dick Van Dyke, David Tomlinson , Glynis Johns, Karen Dotrice e Matthew Garber no elenco principal.




O Retorno de Mary Poppins
(Mary Poppins Returns - 2018 - EUA - 130min)
Disney queria uma sequencia desde de o lançamento do original, mas insatisfeita com a primeira adaptação P. L. Travers (que só aprovava Julie Andrews) nunca mais cedeu os direitos de suas obras. Por isso, O Retorno de Mary Poppins só chegou décadas depois da morte da autora.

A babá mágica retorna a casa dos Banks, para resgatar, os agora adultos, Jane e Michael de uma situação difícil, enquanto cuida dos filhos do rapaz Annabel, Georgie e John. A fórmula é exatamente a mesma do original, criando elementos e situações semelhantes, inclusive na ordem em que acontecem. Visitas à personalidades excêntricas, ao mundo animado, passeios por londres, está tudo lá, cheio de música e ternura. Acerta na nostalgia, perde em originalidade.

O elenco é o ponto alto, com Emily Blunt superando muito bem as comparações com Julie Andrews, criando uma versão própria e ao mesmo tempo fiel da personagem. Mas é Dick Van Dyke quem rouba a cena, único ator da produção original a retornar, aos 93 anos, faz uma participação curta, cheia de referências, música, e pasmem, dança! A direção é de Rob Marshal (Chicago), e o elenco também conta com Lin-Manuel Miranda, Meryl Streep, Ben Whishaw, Emily Mortimer, Pixie Davies, Joel Dawson, Nathanael Saleh, Julie Walters, Colin Firth e Angela Lansbury.




Walt nos Bastidores de Mary Poppins
(Saving Mr. Banks - 2013 - EUA/Reino Unido/Austrália - 125 min)

Apesar do título nacional, não é o Walt Disney o protagonista desta biografia. É Pamela Lyndon Travers , criadora de Mary Poppins quem conhecemos aqui, embora a versão apresentada pelo longa não seja tão fiel à realidade.

A produção acompanha o processo de produção do primeiro Mary Poppins, cujos direitos só foram liberados pela autora devido à problemas financeiros, e com muitas restrições, após duas décadas de insistência de Disney. Travers foi supervisionar pessoalmente o roteiro, e é isto que vemos no filme, em paralelo com a infância da escritora de onde muitas ideias de seus livros teriam surgido. Principalmente a figura de Mr. Banks, inspirado no pai da autora, daí o título original "Salvando Sr. Banks" (Saving Mr. Banks).

Embora grande parte disso seja verdade, o final conciliador entre Travers e Disney nunca ocorreu. Ela desaprovava as alterações que o dono do Mickey fez em sua obra, bem como as sequencias animadas e as canções (da Julie Andrews ela gostava, ao menos isso!). Até mesmo as personalidades dos dois passam longe da fidelidade, com Disney como um magnata bonachão cheio de boas intenções. E Travers, uma caricata britânica (ela era australiana, mas se reinventou como britânica) esnobe, e até um pouco patética, mas que tem um coração doce por baixo desta carapaça.

Ora, mas se o longa não é fiel porque você está indicando, Fabi? - Pois trata-se de Tom Hanks e Emma Thompson em atuações e dinâmica excelente. E a construção de paralelos e referencias entre a vida da autora e a criação do filme Mary Poppins é muito bem feita, ao ponto de trabalhar a nostalgia bem melhor que o filme de 2018. Não é uma boa biografia, mas é um bom filme.

Walt nos Bastidores de Mary Poppins, tem direção é de John Lee Hancock e o elenco conta também com Colin Farrell, Paul Giamatti, Ruth Wilson, Bradley Whitford, B.J. Novak e Jason Schwartzman.



Agora que você sabe que tem muito mais para saber sobre aquela que é praticamente perfeita em todos os sentidos, que tal encarar aquela maratona?

Gostou deste formato? Conhece algum outro filme que combine com este tema? Gostaria de ver outros temas aqui? Comente, sugira. E até a próxima maratona.

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