Carta ao Rei

Bravos guerreiros subestimados, nobres cavaleiros, heróis predestinados, reis e rainhas, disputas pelo trono, magia... parece que estou descrevendo Game of Thrones ou The Witcher, mas estes também são elementos do universo de Carta ao Rei. Uma série de fantasia medieval da Netflix, que atende a um público que ainda não tem idade para ver as outras produções de censura alta, mas também não deve entediar os mais velhos.

Tiuri (Amir Wilson de His Dark Materials), não é o mais promissor entre os aspirantes a cavaleiro de seu reino. Mas ao atender um pedido de ajuda, recebe a importante missão de entregar uma carta ao rei do reino vizinho e evitar uma tragédia. Simples assim, levar o objeto de desejo do ponto "a" ao "b". É claro, a partir daí o rapaz é perseguido por tudo e todos, precisa correr contra o tempo e descobrir quem é aliado e quem é inimigo.

A série é uma adaptação do livro da escritora e ilustradora holandesa Tonke Dragt, lançado em 1961. Com apenas seis episódios com cerca de uma hora cada, usa os dois primeiros para estabelecer seus reinos, personagens e premissa. Partindo para a aventura interrupta nos capítulos restantes. 

Cumprindo direitinho a jornada do herói de Joseph Campbell, é na construção do universo, costumes, mitos e história que a série aposta. Não chega a ser um universo tão complexo e intricado quanto das obras de Tolkien ou Martin, mas é rica o suficiente para criar uma aventura divertida, interessante e que até guarda uma ou outra reviravolta.

As locações na Nova Zelândia e República Checa são pontos fortes, trazendo belos e diversos cenários conforme a aventura avança. O figurino não se destaca muito, mas é realista e funcional para aquele universo, e os personagens que veste. O mesmo vale para os efeitos especiais.

Elenco adolescente é eficiente e consegue carregar a história, com destaque para Wilson, Ruby Ashbourne Serkis (filha de Andy Serkins) e Thaddea Graham. O elenco adulto não é tão eficiente e algumas vezes beira a caricatura, como é o caso de Gijs Blom, intérprete do príncipe Viridian. À exceção são as boas participações especiais de David Wenham e Andy Serkins.

Há espaço também para uma ou outra crítica social mais leve, como o menosprezo de uma cultura e seus indivíduos por serem diferentes e o papel e voz das mulheres na sociedade. Além da tradicional busca por poder, disputas políticas, traição, responsabilidade, honra e auto-confiança, sempre presentes neste gênero.

Aventura, batalhas de cavaleiros, donzelas nada indefesas, mistérios e magia... para curtir uma boa obra de fantasia não há idade. Carta ao Rei,  vem preencher essa lacuna etária, e reunir a família toda na frente da telinha para se divertir com vilões poderosos e nobres cavaleiros. Uma boa opção pra quem precisa ficar em casa.

Carta ao Rei tem seis episódios com cerca de uma hora cada, todos disponíveis na Netflix.

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