
Lyra Belacqua (Dafne Keen) é uma menina levada que vive na Universidade Jordan em Oxford entre brincadeiras nos telhados, e guerras com os meninos gypsios. Quando crianças de várias cidades começam a desaparecer, incluindo seu amigo Roger, Lyra aceita o convite de trabalho como assistente da elegante Sra. Coutler. (Ruth Wilson) Assim poderia descobrir mais sobre os Globbers (Lewin Lloyd) (Papões em português, os supostos raptores). Além de tentar chegar ao Norte (para onde teriam sido levadas as crianças), e onde seu tio Lorde Asriel (James McAvoy) pode precisar de sua ajuda e de seu artefato mistico, o aletiometro, em sua pesquisa proibida pelo Magistério.
Tudo isso em um mundo muito parecido com o nosso, mas com duas diferenças cruciais. Todo o planeta é regido por um regime teocrático totalitário, o Magistério. E todo os seres humanos possuem em daemon, a alma fora do corpo, personificada como um animal.
A Bússola de Ouro, filme de 2007, foi a primeira adaptação do complexo universo e Pullman para as telas. Mas o filme, entre outros problemas, tinha pouco tempo para explorar os detalhes e simbolismos da aventura protagonizada por Lyra. Logo, uma série de TV se mostra um formato mais apropriado para contar esta história, que discute autoridade, ciência, fé, religião, filosofia, auto-descoberta, companheirismo, paternidade, maternidade, realidades paralelas entre outros temas atuais.


Um ponto positivo do roteiro, e a forma como incorpora elementos de toda a saga, não apenas do volume inicial A Bússola de Ouro, como seria esperado. Além de adiantar conceitos e informações, a série acertadamente dá início à história do segundo volume A Faca Sutil, que traz outro protagonista a trama. Então, outra breve sinopse...


Outro acerto da produção é a construção de mundo, que consegue dar ao cotidiano de Lyra uma cara familiar e estranha, com traços steampunk integrado à elementos fantásticos. Os daemons e ursos de armadura, criados em computação gráfica tem uma aparência realista, mas que funciona bem com sua condição de "animais falantes". E no geral não destoam dos atores e cenários "de verdade".


É no roteiro que estão as maiores falhas da primeira temporada de His Dark Materials. Os problemas de ritmo vão de encontro com a acertada escolha de adaptar a saga como um todo, ao invés de volumes separados, adiantando acontecimentos e informações. Questões que podem ser contornadas, ou relevadas, desde que corrigidas na já confirmada (e filmada) segunda temporada. O elenco talentoso, o universo bem construído, a produção caprichada e os bons temas que a trama discute, justificam essa "vista grossa" nos defeitos. Afinal, não é todo dia, que uma fantasia tão rica e complexa chega às telas.
His Dark Materials é produzida pela BBC e distribuida pela HBO, tem oito episódios com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis na HBO Go.
Aqui no blog tem vários textos sobre a saga Fronteiras do Universo. Leia as críticas dos livros
A Bússola de Ouro, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar, A Oxford de Lyra e o Livro vs Filme: A Bússola de Ouro.
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