Star Wars - O Despertar da Força

"O ministério da cinefilia jedi adverte: seja você um jovem padawan ou um mestre da força, o sétimo episódio desta franquia é melhor aproveitado se assistido "no escuro". Embora a resenha abaixo seja LIVRE DE SPOILERS, talvez você prefira assistir ao longa antes de lê-la."

Sim, estou recomendando que você não leia minha resenha imediatamente. Calma, não estou ficando louca, mas sim reconhecendo que a estratégia de revelar pouco sobre a trama do file assumida pela produção tem seu valor. Especialmente na hora de envolver os mais jovens na história.

E por falar em história O Despertar da Força não traz exatamente uma história original. Mas, quase um "reboot" disfarçado pela repetição de rimas visuais e narrativas, apoiadas na "Jornada do Herói" de Joseph Campbell, que Lucas adotara em Uma Nova Esperança.

Rey (Daisy Ridley) é uma jovem comum, esperando sozinha no deserto para que sua vida comece, quando um droide com uma carga preciosa esbarra em seu caminho. Assim como Luke ao encontrar R2-D2 e C-3PO, a moça "ganha" uma missão, que se mostrará mais importante que salvar o pequeno droide, ao esbarrar em BB8.

Jornada que não enfrentará sem aliados, o primeiro deles na figura de Fin (John Boyega). A parceria por falta de opção, é acertada não apenas na jornada de cada personagem, mas na química entre Ridley e Boyega. A necessária figura do mentor/figura paterna fica por conta de Han Solo (Harrison Ford). Desta vez além de explicador para os novos personagens (e expectadores) os mistérios do universo, este ainda acumula a bem exercida função de "fã-service". Trazendo de volta momentos e referências para agradar os fãs, sem no entanto ser gratuito ou alienar os novatos.

Com a estrutura semelhante à Uma Nova Esperança, e o retorno de temas presentes nas duas trilogias anteriores. O Despertar da Força é uma continuação com ares de reboot, a mesma fórmula, com personagens diferentes. Os novatos, aliais mostrando a diversidade da galáxia que a sociedade dos anos de 1970 não compraria com tanto entusiasmo. Uma mulher como protagonista, com um negro e um latino Poe Dameron (Oscar Isaac) no centro da ação. Não que o filme fique fazendo campanha de diversidade, é assim porque o universo é vasto e diverso, logo nem todo mundo é homem jovem caucasiano.

E por falar no cara caucasiano estes fica a cargo de Adam Driver como Kylo Ren, o vilão mascarado com ambições de Sith, conflitos  e passado complicado e com pouco tempo de tela. Mistério que pode soar como um arco mal trabalhado, mas novamente segue o formato da saga de 1977.

É a Primeira Ordem, o ponto mais fraco deste longa. Surgido durante o hiato de 30 anos entre O Retorno de Jedi, e este episódio. Como surgiram, quem é esse tal de Supremo Líder Snoke? Como ele chegou ao poder? Qual a relação com a república? Histórias essenciais que talvez estejam presentes nos livros, mas precisavam estar no filme para que este se sustentem por conta própria. Detalhes que podem ser aprimorados em sequências.

Outro acerto na (re)criação do universo de Star Wars, fica por conta da mistura bem feita entre efeitos práticos e criados com computação gráfica. Bem como as locações variadas, e o futuro ainda mais "gasto" e envelhecido, que o da primeira trilogia.

Diversão fácil e bem produzida, Star Wars - O Despertar da Força reintroduz o universo criado por lucas no novo milênio. Sem desagradar aquela geração que ainda o chama de Guerra nas Estrelas. Trazendo de volta personagens fortes para apresentar os novos, em uma base sólida para que estes possam seguir com a saga por conta própria. Uma sequencia com características de um reboot elegante, que fãs antigos esperavam e novos merecem.

Star Wars - O Despertar da Força (Star Wars - The Force Awakens)
EUA - 2015 - 135min
Fantasia/Ficção Cientifica



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