Sim, faria todo sentido se a segunda temporada de Gen V fosse a última da série derivada de The Boys. Uma vez que sua trama própria se encerrou, e colocou seus personagens em posição perfeita para participar e acrescentar elementos à série principal.
Alguns meses após os eventos da temporada anterior, e da breve aparição de Cate (Maddie Phillips) e Sam (Asa Germann) em The Boys, retornamos à Universidade Godokin junto com a libertação de Emma (Lizze Broadway) e Jordan (London Thor/Derek Luh) de Elmira, a prisão para supers. Marie (Jaz Sinclair) fugiu sozinha semanas antes, enquanto Andre (Chance Perdomo, que morreu em um acidente de carro em 2024) perdeu a vida na prisão tentando libertar os amigos. Uma boa solução para a perda do ator, que trouxe uma carga extra para todos os personagens.
A universidade tem um novo reitor, o misterioso Cipher (Hamish Linklater). Um humano comum que oferece um novo programa para aprimorar as habilidades dos alunos. É ele o responsável pelo retorno de Emma e Jordan. Enquanto Marie volta à cena à pedido de Luz Estrela para investigar um projeto chamado Elmira no qual o novo reitor estaria envolvido.
Em meio a aulas esquistas e noitadas estudantis absurdas, o grupo precisa se reajustar. Emma e Jordan precisam lidar com a mágoa da Marie por ter fugido sozinha. A dobradora de sangue por sua vez tem que lidar com sentimento de culpa amplificado pela morte de Andre, e com a obcessão de Cipher por ela. Cate precisa reconquistar a confiança do trio, enquanto Sam continua a lidar com sua instabilidade mental. Tudo isso, enquanto investigam.
Ao menos dessa vez, eles tem um reforço adulto. Com a morte de Andre, seu pai o Polaridade (Sean Patrick Thomas) se torna mais presente, na trama, e na vida desses jovens. Provavelmente assumindo funções que seriam de seu filho, já que ambos possuiam os mesmos poderes. Surpreendentemente a inclusão de um co-protagonista adulto, deu escopo às empreitadas dos jovens. A figura paterna se torna um guia, apoio e auxílio para os estudantes, em especial Emma, que começa a controlar seus poderes, sem precisar se mutilar.
E por falar em mutilação, outra que enfrenta efeitos colaterais de suas habilidades é Marie, que nega que o ato de se cortar para usá-los seja um problema. Sam, precisa lidar com o fato de ter uma super-mente perturbada, que amedronta até os próprios pais. Assim, o roteiro consegue inserir dilemas bastante humanos, nas jornadas dessas super-pessoas, aumentando nossa identificação com elas. Entre elas, Lizze Broadway continua a se destacar, criando uma personagem carismática e divertida, que provavelmente é a favorita da maioria.
Para a trama geral, o roteiro desenvolve um mistério por conta própria, mas que traz informações importantes para o mundo em que a história se passa. Em outras palavras, para The Boys também! Aqui o misterioso projeto Odessa, envolve o cientista fundador, e que dá nome à instituição de ensino Thomas Godokin (Ethan Slater). E a criação dos mais poderosos supers existentes. Falar mais que isso seria spoiler.
Não é spoiler, pelo contrário, é bom alardear que a série continua com as características mais marcantes desse universo. A ousadia, a falta de filtros, limitações, e com as ideias de poderes mais absurdas que uma mente criativa pode inventar. Violência, sexo, cinismo, escatologia e o gore como exagero para reforçar as críticas sociais presentes na trama continuam. É nojeto e muito divertido!
Apesar de não ter conquistado a audiencia planejada, e ter precisado contornar o contratempo de perder um de seus atores principais, Gen V conseguiu entregar uma segunda temporada coesa, divertida e bem elaborada. E deve ser a última, ao menos com esses alunos, se a coerencia se mantiver. Ok, ainda é uma série de adolescentes, ou jovens, com poderes ridículos, desvendando mistérios em meio a aulas ruins e noitadas de fraternidade. Mas ei, essa sempre foi a propósta.
Ao todo as duas temporadas de Gen V tem dezesseis episódios, com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis no Prime Video. A quinta e última temporada de The Boys deve estrear em 2026.
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