Bridget Jones: Louca pelo Garoto

Quando a encontramos pela primeira vez em 2001, Bridget Jones chegava aos trinta anos, preocupada com sua solteirice e a possibilidade de envelhecer sozinha. Quase três décadas, e muitas trapalhadas depois, nos despedimos da personagem, com um surpreendente e necessário amadurecimento da protagonista e da franquia. 

O final feliz de O Bebê de Bridget Jones não durou muito tempo. Em Bridget Jones: Louca pelo Garoto reencontramos Bridget (Renée Zellweger) viúva há quatro anos, com um casal de filhos, em uma espécie de limbo emocional do qual todos tenta tirá-la à força. Após muita insistência, ela decide retomar à vida. Voltando ao trabalho, aos aplicativos de encontros, e se envolvendo mais com a escola dos filhos. É aí que a moça se envolve com o jovem  Roxster (Leo Woodall), além de travar alguns encontros curiosos com o novo professor das crianças Sr. Wallaker (Chiwetel Ejiofor). Sempre apoiada pela família, amigos e até pelo seu antigo amor, e agora apenas amigo, Daniel Cleaver (Hugh Grant).

Matar Mark Darcy (Colin Firth, que está no filme em memórias afetivas) foi uma escolha que gerou polêmica, e revoltou aficionados, já quando fora feita no livro homônimo de  Helen Fielding. E por isso muitos fãs adotaram o final feliz do filme anterior como desfecho definitivo. Entretanto, o destino controverso do mocinho, traz uma nova perspectiva para a personagem e a franquia.

Sim, Bridget ainda é ansiosa, atrapalhada e pensa demais em tudo, mas a viuvez trouxe um amadurecimento. Pela primeira vez a moça não precisa mais da aprovação alheia constante que víamos no primeiro filme. De fato ela até ignora conselhos e comentários de amigos. Enquanto a franquia finalmente foge da repetição, não colocando dois galãs para brigar por ela. Embora a gente adore as "porradas patéticas" entre os pretendentes nos filmes anteriores. 

Agora a protagonista vive um relacionamento por vez. Aproveitando o momento, e aprendendo com os imprevistos, antes de seguir para um novo romance. O garoto do título é a aventura romântica que a traz de volta à vida, após um longo processo de luto. 

Renée Zellweger e Hugh Grant são os mais interessantes de ver em cena. Tanto pela familiaridade com os personagens, como pela nova dinâmica dada a eles, Daniel Cleaver inclusive ganha um pequeno arco próprio, finalmente começando a amadurecer a figura do playboy irresponsável. Sua participação também evidencia sua falta no filme anterior. Fica claro, que o personagem de Patrick Dempsey era apenas um tapa buraco, para a ausência do ator. Tanto que é completamente esquecido nesse novo filme. 

Já os parceiros românticos da vez, Roxster e Sr. Wallaker surpreendem por atualizar o romance para os novos tempos. Nada mais de dois machões brigando por uma donzela. Aqui conhecemos uma geração mais sensível ao próximo. A "geração que pede", como a própria personagem diz. E a evolução da geração anterior, que agora aposta em um relacionamento mais maduro, e não apenas na paixão desenfreada. Ainda sim, Leo Woodall e Chiwetel Ejiofor se mantém dentro da idealização romantica típicas de filmes do gênero. Em outras palavras, são diferentes de Darcy e Cleaver, mas ainda são adoráveis ao ponto de torcermos por ambos, mesmo sabendo que apenas um deles pode ficar com a mocinha.

 

Uma despedida assumida desse universo, o filme traz de volta todos os personagens que povoaram este mundo. Além da protagonista e seus pares, estão de volta os amigos, família e até a maravilhosa ginecologista de Bridget. Assim estão de volta Emma Thompson, Sarah Solemani, Jim Broadbent, Gemma Jones, Shirley Henderson, James Callis e Sally Phillips. Enquanto os adoráveis Mila Jankovic e Casper Knopf dão vida aos filhos da protagonista,  e  Nico Parker vive sua babá. 

Parece muita gente em cena? E é sim! De propósito! Longe do apartamento minúsculo, com preocupações menos fúteis que apenas seu peso e aparência. Bridget, e nós percebemos que ela finalmente tem a certeza de que não envelhecerá sozinha. E isso não tem nada a ver com conquistar um par romântico, mas com as outras dezenas de relações construídas ao longo da vida. Sim, ela encontra um novo amor com quem passar a vida, mas também está cercada de pessoas que a amam. "All By Myself" deixa de ser uma música de fossa, e se torna apenas uma memória engraçada de momentos mais imaturos, e uma senha da Netflix. Afinal, esta ainda é uma comédia.

Sim, eles mataram Darcy e foi traumático, mas não deixe que isso te afaste de acompanhar essa despedida. Divertido e delicioso de acompanhar Bridget Jones: Louca pelo Garoto é um excelente encerramento da franquia!

Bridget Jones: Louca pelo Garoto (Bridget Jones: Mad About the Boy)
2025 - Reino Unido - 124min
Comédia Romântica

Leia a crítica de O Bebê de Bridget Jones

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