De Volta aos 15 - 2ª temporada

Anita achou que tinha entendido, e mais importante, resolvido tudo. Mas é claro, que as regras da viagem no tempo são tão loucas e imprevisíveis quanto a própria possibilidade de revisitar outras eras. E um novo elemento dá fôlego renovado as aventuras estreladas por Maísa e Camila Queiroz na Netflix. 

Na primeira temporada de De Volta aos 15, Anita descobriu como viajar no tempo através de seu Floguinho, e embaralhou tudo e todos na tentativa de melhorar o futuro. Agora é Joel (Antonio Carrara/Gabriel Stauffer) quem consegue viajar no tempo, e arrasta a protagonista junto. É a parceria da dupla na tarefa de orgazinar 2006, para voltar para um 2021 melhor que traz esse novo fôlego para a temporada.

Joel quer apenas sair da friendzone e voltar pra casa. Enquanto Anita, agora mais responsável, quer consertar que estragou sem prejudicar ainda mais a "timeline". Assim a história segue, trazendo mais conflitos para os personagens conhecidos, além de figuras novas, e principalmente mais tramas amorosas. 

Sim, a série não resiste ao clichê juvenil de "todo mundo namora todo mundo" Embora o foco seja maior na vida amorosa da personagem principal, que infelizmente nunca engata um romance que conquiste nossa torcida. Mesmo com uma grande variedade de pretendentes. Já a personagem de Klara Castanho, diverte ao ser atropelada pelo caminhão de hormônios adolescentes. Com uma atuação que acerta ao equilibrar o humor de sua situação, com as inseguranças reais da idade. 

Outra subtrama acertada é gradual e sincera descoberta de César (Nila), que começa a se entender Camila (Alice Marcone na fase adulta) ao longo da temporada. Acompanhar essa mudança em meio aos preconceitos da cidade pequena, onde até o pai bem intencionado não sabe o que fazer, é no mínimo educativo. E para quem tem o mínimo de empatia extremamente tocante. 

Tocante também, é acompanhar o relacionamento de Anita com o pai (Felipe Camargo) doente. Encarar a doença dele novamente, e aprender a lidar de forma diferente com o luto, é o real amadurecimento da garota. Muito mais que a mera aceitação do mundo como ele é, e o aprendizado de lidar com os problemas do presente. 

Há também personagens novos para expandir as relações, e principalmente as intrigas enfrentadas pela dupla de viajante. O músicos Fagulha (Lucas Deluti) e Bruna (Dora Freind), e a treinadora sem noção Lúcia (Livia La Gatto hilária, todo mundo teve uma professora assim!) são os que mais se destacam entre os novatos. Mantendo o carisma do elenco, que conquistou o público no ano anterior, em alta. É para Maísa e Camila Queiroz quem temos oficialmente que torcer, mas é fácil apegar a quase todos!

De volta ao enredo, entre atividades escolares, momentos do cotidiano, e até uma noitada fora estranhamente sem consequências (nenhum pai sentiu falta dos filhos?), esses adolescentes vão se encontrando, desencontrando, e consequentemente se descobrindo. E isso inclui os "adolescentes de 30 anos" que viajaram no tempo. Sempre com leveza, bom humor e muitas, muitas referências nostálgicas. Alusões tanto ao Brasil de 2006, quanto à cultura pop em geral. 

Nos momentos de maior criatividade, vemos influencia até de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Além do divertido encontro entre as duas versões de Anita, com a jovem servindo de consciência para a mais velha. Colocando a dupla de protagonistas para interagir juntas, mostrando que não apenas podem viver a mesma pessoa, mas também conseguiram construir uma química entre suas versões.

Se antes De Volta aos 15 era uma mistura de Efeito Borboleta com De Repente 30 invertido, agora podemos somar também De Volta Para o Futuro como grande inspiração. Não apenas pela viagem no tempo, mas pela homenagem assumida à um certo almanaque esportivo. Tem ainda a copa de 2006, as músicas, tecnologia e roupas da época. Um deleite para quem viveu, uma curiosidade para quem chegou depois. 

A Netflix não anunciou que este é o final da série, embora tudo aponte para isso (espero que seja, está perfeito assim!). Logo, A segunda temporada de De Volta aos 15 encerra bem a versão para a telinha do livro de Bruna Vieira. Com coerência (um mérito para qualquer trama com viagem no tempo), sem perder o fôlego, ficar repetitiva, ou piegas. Um entretenimento fofo, inteligente, divertido, leve, e com altas doses de nostalgia para os saudosistas deste e de outros tempos.

Cada temporada de De Volta aos 15 tem seis episódios com cerca de 45 minutos cada, todos já disponíveis na Netflix.

Leia a crítica da primeira temporada!

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