De Volta aos 15

De Repente 30 encontra Efeito Borboleta! Eu sei, é uma combinação estranha, e uma descrição bem incomum para uma série juvenil estrelada pela Maísa. Mas acredite, é uma descrição precisa para De Volta aos 15, série da Netflix baseada no livro homônimo de Bruna Vieira. 

Anita (Camila Queiroz) é uma mulher de 30 anos insatisfeita com os rumos que sua vida tomou em 2022. Em uma visita à cidade do interior em que cresceu, ela descobre um jeito de retornar à 2006, com a consciência de uma mulher adulta. Agora a Anita de 15 anos (Maisa) tem a chance de mudar não só a sua vida, mas daqueles que ama.

É na possibilidade de retornar a um momento específico na juventude, mudar o passado e consequentemente o futuro, que De Volta aos 15 se assemelha à Efeito Borboleta. Mas diferente do drama estrelado por Ashton Kutcher, o tom é da produção é leve, nostálgico e juvenil, como um De Repente 30 invertido. É essa leveza, somado à familiaridade, e uma certa simplicidade nos objetivos da protagonista, que conquistam o público.

Anita quer melhorar a vida, mas como adulta imatura que é, não sabe muito bem como fazê-lo, e até mesmo em que dilemas focar. Assim, ela migra de problema em problema, episodicamente, até compreender que talvez a mudança mais importante seja interna. Nessa jornada de amadurecimento, ela ainda aproveita para exorcizar fantasmas da adolescência que todos temos, como enfrentar os valentões da escola, melhorar o relacionamento com a família e até, escolher melhor o caminho a seguir na idade adulta. 

Assim, a produção conversa com adolescentes ao retratar dilemas típicos da idade, como bullying, auto descoberta e romances juvenis. E ao mesmo tempo, fala com um público mais velho, que ainda luta para enfrentar os dilemas da idade adulta, e percebe que a vida não segue os rumos que desejamos, ou planejamos. Temas já bastante explorados em filmes e séries, mas aqui ganham um charme à mais pela proposta incomum, simplicidade e carisma do elenco.

Tudo isso usando e abusando da nostalgia pela primeira década dos anos 2000. Passando pela internet limitada, a moda, a música, gírias e hábitos da época e até equipamentos descartados hoje em dia, como CD players e fitas VHS. Embora, haja um ou outro anacronismo, é impossível não ser cativado pela saudade de outro tempos. 

 
Embora passe a maior parte do tempo em 2006, a produção não deixa de caprichar nos momentos em que se passa no presente. Especialmente na escolha e caracterização do elenco. A associação entre as versões do presente e passado dos personagens é imediata e acertada. Ao ponto de nos perguntamos, como não reparamos antes que Camila e Maísa são tão parecidas?

Também estão em cena, Felipe Camargo, Luciana Braga, Klara Castanho, Yana Sardenberg, João Guilherme, Bruno Montaleone, Amanda Azevedo, Mariana Rios, Pedro Vinícius, Alice Marcone, Caio Cabral, Breno Ferreira, Antônio Carrara e Gabriel Stauffer.   

Com apenas seis episódios, com cerca de meia hora cada, a produção mantém um ritmo constante. Avançando a história sem enrolação, ou pausas desnecessárias. Além de encontrar espaço para plantar sementes para uma segunda temporada, é claro!  E sim queremos acompanhar mais aventuras de Anita.

 
Traduzindo bem, a criativa proposta do livro de Bruna Vieira para a telinha, De Volta aos 15 é boa surpresa no catálogo da Netflix. Um entretenimento fofo, inteligente, divertido, leve, e com altas doses de nostalgia para os saudosistas de outros tempos.

De Volta aos 15 tem seis episódios com cerca de 30 minutos cada, todos já disponíveis na Netflix.

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