Não é só de Marvel e Star Wars que vivem as séries do Disney+. A plataforma agora resolveu resgatar (e explorar ao máximo), várias títulos que tem em mãos. Willow é a primeira grande aposta para se criar uma nova franquia. Nos levando de novamente à "Terra da Magia", e trazendo de volta personagens e elementos da fantasia clássica de 1988.
Passado vinte anos depois dos acontecimentos de Willow – Na Terra da Magia, a série traz conexões com a trama original, mas não depende dela para evoluir. Ou seja, não é preciso ter visto o filme de 88 para acompanhar, mas muito dos pontos positivos da série estão atrelados à nostalgia ligada à ele.
Desde que derrotou Bavmorda ao lado de Willow e Madmortigan, Sorsha (Joanne Whalley) governa Tir Aslen, em tempos de paz. Mas o mal ressurge e sequestra seu filho Arik (Dempsey Bryk). É claro, um grupo de resgate é montado para salvar o príncipe, e eles vão precisar de alguém sábio e poderoso no comando, por isso vão pedir a ajuda do último feiticeiro vivo Willow Ufgood (Warwick Davis).
A partir daí o grupo enfrenta desafios e perigos por toda a terra conhecida, enquanto tentam ajustar seus objetivos e diferenças. Seguindo a cartilha dos clássicos de fantasia é equipe é formada por arquétipos bem conhecidos, que lembra facilmente um elenco de RPG, o mago, o ladrão, a guerreira,... e por aí vai. É na construção destes personagens, e em suas relações que estão os pontos altos da série, capazes de manter o espectador interessado.
À começar por rever Warwick Davis na figura do personagem título, agora mais velho e sábio, mas ainda mantendo aquela dúvida do quanto ele realmente domina a magia. A princesa Kit (Ruby Cruz) determinada a salvar o irmão gêmeo e sua fiel escudeira Jade (Erin Kellyman), que nutrem uma relação surpreendente para os padrões Disney. A namoradinha Dove (Ellie Bamber), o ladrão de coração de ouro Boorman (Amar Chadha-Patel) e o príncipe relutante Graydon (Tony Revolori), completam a equipe. Todos com seus pequenos dilemas, que são desenvolvidos ao longo da temporada.
O elenco majoritariamente jovem, traz uma boa mistura entre rostos novos e conhecidos. E uma química bem construída entre a equipe. Além de Davis e Whalley, você deve reconhecer Erin Kellyman (Falcão e o Soldado Invernal e Han Solo: Uma História Star Wars) e Tony Revolori (Grande Hotel Budapeste e da trilogia mais recente do Homem-Aranha). Uma falta sentida é a de Val Kilmer, que por problemas de saúde precisou se afastar da atuação.
Outro ponto positivo da produção é a coragem de abraçar a fantasia clássica em sua forma mais pura. Construindo um universo fantástico com raças, criaturas, lendas e mitos próprios, reinos e personagens com nomes aleatórios e difíceis de decorar, além de um passado rico para cada comunidade mostrada ali. O que falta é tempo para apresentar e explorar tudo, como seria possível em anexos de um livro. Eu quero ver um mapa desse mundo, entender onde fica cada coisa, as distâncias e paisagens percorridas. Infelizmente, nem o filme nem a série conseguiram trazer esse detalhismo.
Já a simplicidade da natureza das coisas, leia-se bem e mal, é um dos pontos oscilantes do programa. Mal e bem são muito bem definidos, sem grandes nuances ou tons de cinza. O que respeita o estilo da fantasia clássica, e ajuda os mais jovens à embarcar. Por outro lado, pode parecer simplista demais para o público mais velho.
Assim o programa fica indeciso entre os dois públicos que quer conquistar, adultos nostálgicos e jovens que vão descobrir este universo. Particularmente acredito que para os mais velhos que tem carinho pelo universo, a simplicidade não vai incomodar tanto. Enquanto o ritmo e dinâmica mais atual vai alcançar as geração Z.
O ultimo aspecto a apontar, é claro, é a qualidade técnica. Direção de arte e figurinos, são impecáveis para a construção de um mundo com personalidade própria. Esbarrar em personagens usando jeans em uma obra de fantasia foi surpreendente. Quanto aos efeitos especiais, a obra bilha mais quando opta por efeitos práticos. Soando meio genérica, ainda que eficiente quando aposta em efeitos digitais.
Willow não vai revolucionar o mundo das séries ou da fantasia, e nem pretende. A proposta da série é levar veteranos e novatos, em uma típica e divertida aventura. E nisso até que é bastante competente. Uma aventura nostálgica e empolgante para toda a família. Uma pena que o Disney+, escolheu uma época tão conturbada para exibi-lo, e ainda não conseguiu fazer uma divulgação certeira. Passou batido por muita gente! Torçamos para que a audiência seja suficiente para garantir uma segunda temporada que resolva os ganchos deixados por esta.
A primeira temporada de Willow tem oito episódios com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis no Disney+.
Personagens de jeans em um universo de alta fantasia medieval é intragável.
ردحذفQue cagada da produção…
Eu disse que foi "surpreendente" se pro bem ou pro mal, varia da suspensão de discrença de cada um! ;)
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