A Felicidade Não se Compra - Projeto 1001

O período de festas de fim de ano, costuma inspirar confraternização, renovação e esperança. Entretanto, esta mesma época também pode ser trise e melancólica para alguns. O clássico natalino A Felicidade Não se Compra, reúne esses dois lados das comemorações. É claro, pendendo para a opção mais positiva das duas. 

George Bailey (James Stewart), sempre teve grandes sonhos de conhecer o mundo, e bem que tentou realizar. Mas desde criança continuamente abriu mão do que queria, para fazer o que era certo, o que acabou fazendo com que nunca conseguisse sair da cidadezinha de Bedford Falls. Um dia quando se vê sem saída por mais um revés do destino, ele decide tirar a própria vida.

Pois é, as vezes a vida é uma droga e nos encontramos solitários, desesperançados e sem perspectiva de encontrar uma saída. Mas na maioria das vezes, há sim, quem preze por nós, e uma solução para os problemas. No caso de Bailey, as muitas orações por ele fazem o céu intervir, mandando Clarence (Henry Travers). Um anjo trabalhando para ganhar suas asas, que tem a brilhante ideia de mostrar para George como seria o mundo se ele nuca tivesse existido. 

Adivinhou que pensou, que o mundo é muito pior sem ele, e todas as pequenas boas ações que ele fez ao longo da vida. E que ele tem sim conquistas a celebrar, apesar de não serem as planejadas. Também tá certo quem pensou: eu num já vi essa história antes? Viu sim, várias séries e filmes usaram essa premissa do “como seria a vida sem”, inspirados por A Felicidade Não se Compra.

De volta para o filme, impossível não se identificar com Bailey. Um homem comum cuja vida levou por caminhos diferentes dos planejados. Não é assim para maioria de nós. Infelizmente, não temos um anjo nos mostrar que temos valor, e que faríamos falta sim! Mas temos esse filme para lembrar isso. 

O diretor Frank Capra fala de compaixão, de ganância de se doar aos outros sem esperar recompensas. Ser grato pelo que tem, e não inconformado pelo que não tem. O que conversa bastante com o período pós segunda guerra em que o filme foi lançado. Ele é de 1946. Mas pensando bem, também conversa com nosso 2022 pós pandêmico. Tanto em temática, quanto em linguagem, o filme é em preto e branco, mas o ritmo é dinâmico e bastante divertido.

A outra lição, vem por escrito "Ninguém é um fracasso se tem amigos". Contudo, em uma época em que a amizade foi banalizada pelas redes sociais. Não há como saber quem realmente conquistamos, quantos pulariam por você. Tão pouco entender por quem pularíamos.

Todos abrem mão de alguma (ou muita) coisa em algum momento. Seja extremamente bondoso como nosso protagonista, ou não. Todos estão sucessíveis a desistir, chutar o pau da barraca, pedir para sair. É a isso que devemos estar atentos, ao momento em que outra pessoa, seja ela amiga ou não vai precisar que saltemos no rio por ela. Bem como compreender que estamos no limite e nos permitir pedir ajuda.  Na falta de Clarence, a opção é exercitar a solidariedade e compaixão que o filme emana e ser anjos da guarda um dos outros.

Então sim, boa parte do tempo a vida é uma droga! E provavelmente vai continuar assim. O melhor a fazer é aproveitar ao máximo os bons momentos. E claro, bons filmes como este, que todos mereciam poder assistir ao menos uma vez na vida!

A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life)
Frank Capra
1946 - EUA - 2h10min
Drama

O Projeto 1001, é um desafio cinéfilo que está rolando aqui no blog e em meu TikTok. Nele eu tento assistir as produções listadas no livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer de Steven Jay Schneider. Sempre deixando minhas impressões, apontando detalhes e curiosidades.


 

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