Hora de trazer de volta aquela série que indica duas obras que não fazem parte da mesma franquia mas se completam de alguma forma, para você assistir em maratona. O Combo Cinéfilo da vez traz títulos de formatos e plataformas distintas que cobrem o mesmo evento. Tratam-se de um documentário e uma ficção, que retratam um salvamento real digno de Hollywood e estão disponíveis em streamings.
Quem aí lembra do resgate de um time de futebol juvenil da caverna de Tham Luang no norte da Tailandia? Os garotos que tinham entre 11 e 17 anos e seu treinador, ficaram presos por dias devido às fortes chuvas do período de monções, que naquele acho chegaram mais cedo, sem aviso inundaram a caverna. Uma força tarefa internacional foi mobilizada para realizar o resgate, que dividiu as atenções do mundo com a Copa da Russia de 2018.
Oficiais das forças armadas Tailandesas, voluntários e autoridades locais estão entre os entrevistados. Entretanto são os depoimentos dos mergulhadores os mais impactante. Praticantes por contra própria do mergulho em cavernas, um dos esportes mais perigosos que se pode praticar, os mergulhadores voluntários, foram aqueles que tiveram que lidar com os maiores riscos e até dilemas morais.
Trata-se de um relato detalhado e bastante completo dos eventos. Abordando desde as circunstâncias que levaram os meninos a ficarem presos, passando pelos procedimentos de busca e resgate, e o procedimento arriscado e nunca feito antes que possibilitou o resgate das crianças. A comoção mundial que o evento gerou, e o impacto físico e psicológico em todos os envolvidos. Um excelente panorama do caso, para quem quer compreender melhor.
Bastante sóbrio e direto em sua abordagem, o diretor que tem no currículo outros bons títulos baseado em fatos como Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo, consegue transpor para o público os muitos sentimentos gerados pelo evento. Recriando tanto a agonia da falta de informação, o temor pela vida dos jovens, a desesperança a cada revés e impossibilidade (e estas são muitas), mas principalmente a sensação de claustrofobia e desespero que o mergulho em cavernas pode gerar até nos praticantes mais experientes. Se nós ficamos agoniados no sofá, imagina o pavor das crianças e a pressão sobre os participantes do resgate.
É claro, como ficção traz algumas concessões e licenças poéticas, necessárias para encaixar a narrativa no formato. Como, por exemplo, uma redução no número de mergulhadores retratados. O longa ainda traz boas atuações e uma qualidade de produção impecável. À certa altura me peguei na dúvida se as filmagens foram em estúdio, ou se revisitaram as cavernas. Por segurança, obviamente, as gravações foram em estúdio, mesmo assim a periculosidade e dificuldade de rodar sob a água em um labirinto são bastante papáveis. E Howard tirou de letra a tarefa, entregando um filme realista e enervante.
Leia a crítica de Treze Vidas: O Resgate.
Ficção e realidade conversam perfeitamente entre essas produções. Uma trazendo o envolvimento emocional outra entregando os detalhes que a primeira precisa suprimir. Ambas trazendo um retrato complexo e completo deste evento que mobilizou o mundo.
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