Amor e Monstros

Em Amor e Monstros, o mundo acabou. Mais uma vez! Dessa vez o fim do mundo veio em forma de insetos gigantes e dizimou 95% da população. Criando um desafio ao mesmo tempo novo e familiar para quem gosta de filmes pós-apocalípticos. 

Sete anos depois do fim do mundo, Joel (Dylan O'Brien) sobreviveu e vive bem com um grupo em um bunker ainda sim, se sente solitário. Quando consegue contato com sua namorada da adolescência Aimee (Jessica Henwick) , ele resolve ir de encontro a ela, atravessando 130 km, ou sete dias inteiros, na superfície, apesar de ficar paralisado de medo sempre que encara um dos monstros que agora dominam a Terra. 

A jornada de Joel é bem simples, chegar do ponto A ao B. Seu objetivo é claro, embora meio clichê, um romance aparentemente impossível.  Mesmo assim, esta produção distribuída pela Netflix consegue se destacar entre as produções do gênero, ao acertar no tom aventuresco, ritmo e desafios encontrados pelo caminho. Cria tensão e faz rir com a mesma facilidade, sem nunca destoar na transição entre este dois extremos. Construindo uma eficiente jornada de amadurecimento e auto descoberta.


Após "sair da caverna", ou no caso do bunker, Joel enfrenta seus  medos e aprende a cada novo encontro, literal e figurativamente. E essas relações seja com monstros, ou outros sobreviventes, vão prepará-lo para ser o herói no grande desafio do clímax, e para a vida após os créditos. Seja em auto superação, ao finalmente conseguir sobreviver por conta própria, seja em benefício da humanidade com as informações sobre os monstros que ele acumulou pelo caminho. 

Dylan O'Brien, que estrelou a trilogia Maze Runner, acerta não apenas nas cenas de ação, - onde na maior parte enfrenta monstros de CGI - mas também na complicada tarefa de carregar o filme praticamente sozinho. Michael Rooker e a excelente Ariana Greenblatt (a Gamorinha de Vingadores: Guerra Infinita) roubam a cena quando aparecem. Eu tranquilamente assistiria à uma série inteira estrelada por seus personagens Clyde  e Minnow. Jessica Henwick e Dan Ewing completam de forma eficiente o elenco principal. 


Entretanto, são os monstros o verdadeiro ponto forte do filme. Responsáveis pela indicação ao Oscar de Efeitos Visuais, os insetos gigantes estão sempre à serviço da trama, nunca seu foco, mesmo assim, a produção se preocupou em criar um verdadeiro panteão deles. Com CGI impecável, criativas e completamente diferentes umas das outras, as criaturas são acertadamente nojentas e perigosas, sem deixar de trazer semelhanças com os insetos normais que foram um dia. Trazendo o nível de perigo necessário sempre que aparecem em cena, sem precisarem ser camufladas ou potencializadas, por cenas escuras, como de costume. Se já temos receio de alguns insetos em sua forma natural, imagina em uma versão gigante e assassina.

Um mundo apocalíptico povoado por insetos gigantes. Possibilidades de sequencias existem aos montes, seja com algum dos personagens já apresentados, seja com novos protagonistas neste mesmo mundo. Mas Amor e Monstros foi pensado como um filme solo, e funciona muito bem assim. Aventuras extras, seriam um bônus, desde que igualmente bem executadas.

Uma aventura, com ritmo e humor acertados, Amor e Monstros é um filme apocalíptico para toda a família (ok, a censura é 12 anos), no melhor dos sentidos. Cria tensão, diverte e empolga, além de trazer monstros excelentes. Uma feliz surpresa no catálogo da Netflix

Amor e Monstros (Love and Monsters)
2020 - EUA - 109min
Aventura, Ação

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