Supernatural - o final!

A jornada até aqui parecia infinita. Não importava quantas vezes os Winchesters salvassem o mundo, ele sempre ficava em perigo de novo. Mas tudo que é bom acaba, e o décimo quinto ano de Supernatural encerra satisfatóriamente todas as ameaças, e as jornadas de Sam e Dean (Jared Padalecki e Jensen Ackles). 

Eles já tinham enfrentado todo tipo de monstro, evitado o apocalipse, matado a morte e controlado a escuridão, só faltava mesmo acertar as contas com Deus. Chuck (Rob Benedict) resolve que é hora de encerrar programas (olha a metalinguagem aqui) e começa a apagar todo o multiverso, é isso que nossos protagonistas precisam enfrentar. 

A ameaça final escolhida é coerente com o universo da série, e com a intenção de encerrar a história. Já que não há poder maior que Deus, uma vez derrotado também não haverá ameaça tão grande novamente. Nesse caminho, a produção prepara uma grande despedida, encontrando oportunidades para trazer de volta à cena, quase todos os personagens recorrentes mais marcantes. E até alguns de quem você talvez nem se lembre. 


Ente os personagens fixos, é Jack (Alexander Calvert) quem tem o arco mais surpreendente. Apontando que seu inusitado nascimento, e criação terrena sempre fizeram parte da construção de quem o personagem viria a se tornar no futuro. Castiel (Misha Collins) encera sua história feliz escolher ao sacrificar-se por amor, completamente o oposto do ser frio e obediente que surgiu no quarto ano. Embora seu desenvolvimento para um ser empático tenha acontecido muito antes. Sua despedida é apenas a afirmação dessa evolução, e é bela mente interpretada por Collins.

Já o desfecho de Sam e Dean é mais complicado de analisar. Isso porque o penúltimo episódio, Inherit the Earth (Herdando a Terra) fecha todas as pontas soltas, de fato encerra a jornada. A ameaça é eliminada, o universo restaurado, e nossa dupla de protagonistas dirige o amado impala rumo ao por do sol, livres para seguirem com a vida que bem escolherem. Este desfecho inclusive, retoma temas centrais da série, como o impasse entre irmãos, a grande missão a cumprir, os planos de Deus, e o equilíbrio do universo. Bem e mal, tudo equilibrado e redondinho, podia muito bem ser um excelente final para a série, mas não é!


Existe o episódio final e é ele que vai desagradar alguns. Acompanhamos um pouco da rotina após "missão cumprida" da dupla, apenas para acompanhar o desenrolar de suas vida. O problema é que as histórias contadas são redundantes e desnecessárias, e privam o espectador de criá-las por conta própria com as particularidades que desejar.

Não era necessário mostrar que o universo estava salvo, nas mãos de Jack, o rapaz nasceu para isso. Muito menos que Dean morreria jovem, ele sempre soube disso. E o discurso de Castiel sobre seu altruísmo inigualável deixava implícito que ele provavelmente teria uma digna morte de caçador, e não pela vida desregrada que tinha (tortas, hambúrgueres e cervejas). Já Sam desde a primeira temporada deseja uma vida comum, e a relação cultivada com Eileen ao longo deste último ano, apontava para este desfecho.


Tudo que é mostrado no episódio final Carry On, está implícito no que fora mostrado até aqui. E seria facilmente criado nas mentes dos fãs que conhecem estes personagens há quinze anos. O resultado é um episódio que é coerente com o universo, e as jornadas dos personagens. Mas é extremamente didático desnecessário, e um tanto quanto traumático. Vai funcionar para quem precisa de tudo explicadinho, mas não condiz com os roteiros da série, que mesmo abusando dos limites do absurdo nunca duvidou da capacidade intelectual de seu público. 

Mas o que é um episódio diante de 328 capítulos? A jornada até aqui foi emocionante, cativante e divertida, a série fez de tudo um pouco, e estes personagens vão continuar conosco, à uma reprise de distância. Particularmente vou abraçar o final mais poético e metafórico de  Inherit the Earth.


Escolha você também seu desfecho favorito, ou simplesmente assista tudo novamente, em loop, para sempre! Essa é uma estrada que sempre vale à pena trilhar.  

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