Acompanhamos a primeira geração que cresceu no apocalipse, através da jornada de Iris (Aliyah Royale) e Hope (Alexa Mansour). Filhas do bioquímico Leo Bennett (Joe Holt), a dupla suspeita que o pai esteja em perigo e decide resgatá-lo da CRM, a República Civica Militar. Um grupo de sobreviventes militarizado e cheio de recursos que supostamente vive em colaboração com outras comunidades. As garotas são acompanhadas pelos também adolescentes Elton (Nicolas Cantu) e Silas (Hal Cumpston). O grupo é perseguido por amigos, inimigos, e claro, pelos mortos andantes.
O primeiro episódio é promissor, apresentando comunidades que vivem em suposta simbiose, embora uma delas tenha mais vantagens e controle sobre as outras. O tom lembra a relação dos distritos e da capital em Jogos Vorazes, com intriga politica e jogos de poder. Mas à partir do episódio dois, a molecada põe o pé na estrada, e a disputa entre comunidades é relegada à criação de suspense, em minúsculas doses ao final do primeiro episódio. É aqui que reside o primeiro problema deste spin-off.
Outro equívoco da série é nomear estes jovens como "a primeira geração do apocalipse", não eles não são, Judith é! Este grupo lembra claramente como era a vida antes da epidemia zumbi. E os flashbacks, recuso eficiente embora desgastado pelo uso exaustivo em outros programas, não nos deixam esquecer disso.
Além disso, a série apresenta os jovens como uma geração treinada para viver neste mundo, mas mesmo após semanas fora da proteção em que vive, eles parecem completamente perdidos diante da ameaça mais comum de sua realidade. É como se ensinássemos nossas crianças a atravessar a rua, mas mesmo após todo o ensinamento e várias caminhadas pela cidade, eles ainda congelassem ao ver um carro. Arrancar a cabeça ou destruir o cérebro? Não, eles insistem em empurrar os zumbis. Curioso é que em algumas cenas, alguns deles não se levantam.
A explicação final dos reais motivos para atrair o grupo para longe de sua comunidade também traz muitas dúvidas. À começar pelo plano mirabolante, que colocaria preciosos recursos em um risco desnecessário. E principalmente ao revelar que algumas destas crianças que acompanhamos e percebemos serem completamente comuns, são gênios. A resumo a série trata seus personagens como se fossem mais inteligentes ou habilidosos do que realmente são.
Apesar de ser um spin-off, que muitos suspeitam ser prequels dos filmes sobre Rick Grimes, The Walking Dead: World Beyond soa mais como uma obra feita para conquistar um novo público, de preferência jovem.
The Walking Dead: World Beyond é exibida no Brasil pelo canal AMC. A série teve sua primeira temporada atrasada por causa da pandemia. A segunda foi confirmada para 2021, mas sem data exata, pois as gravações ainda não começaram também por causa da Covid-19.
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