3 filmes incríveis escondidos no Amazon Prime Video

Hoje é dia de dicas para te entreter na quarentena. As três produções desta lista são recentes passaram muito discretamente pelos cinemas brasileiros. De fato, se você não mora em uma grande metrópole é provável que estes títulos não tenham sido exibidos em nenhum cinema próximo de você. Agora, estes filmes estão disponíveis no Prime Video e podem receber a atenção que merecem. E eu vou te contar porque valem a sessão. 

São produções bastante diferentes em gênero e estilo, porém únicas cada uma a sua maneira:

(Only Lovers Left Alive - 2013)
Adam (Tom Hiddleston) e Eve (Tilda Swinton) estão neste mundo a tanto tempo que poderiam ser os mitológicos Adão e Eva. Vampiros tradicionais, conhecem diferentes idiomas, viveram todos os períodos da história, conheceram grandes nomes da humanidade. Com "tempo" de sobra, levam a vida em seu próprio ritmo, mesmo. São amantes, mas vivem em continentes diferentes. Seu estilo de vida contemplativo e melancólico é ameaçado pela presença da irresponsável irmã caçula da vampira, Ava (Mia Wasikowska).

Este é filme de vampiros muito diferente do que estamos acostumados. Nada de caçada por presas, ou fuga de caçaodores, o foco aqui é refletir sobre as maravilhas e dores da eternidade. Aproveitar os momentos mais excitantes da humanidade, mas também se arrastar pelos mais tediosos. Ou seja, nada de terror, ação ou aventura, este é um drama! Denso complexo, calmo e constante. Propositalmente lento, para colocar o público no mesmo estado contemplativo que a posição temporal privilegiada proporciona à seus protagonistas.

Para os cinéfilos, a referência imediata tanto em estilo, quanto temática,  é Fome de Viver (1983), embora o filme dirigido por Jim Jarmusch, seja muito mais contemplativa e filosófica, que o longa oitentista de Tony Scott. O elenco estelar, que conta também com John Hurt, Anton Yelchin e Jeffrey Right. Figurino e direção de arte são outros aspectos que merecem um olhar mais atento.

Leia a crítica completa de Amantes Eternos

(Wonderstruck - 2017)
O título nacional de Sem Fôlego, não faz jus ao conteúdo da produção e do livro homônimo em que ela fora baseada. O autor e roteirista Brian Selznick (que também escreveu A Invenção de Hugo Cabret), mostra que nossos dilemas continuam essencialmente os mesmos, não importa a época em que acontecem ou a forma como são contados.

Em 1927, Rose (Millicent Simmonds), coleciona notícias da mãe famosa que não vê há tempos. Solitária e insatisfeita com as regras do pai, ela foge para reencontrar a mãe, tarefa complicada por sua condição. A menina é surda desde que nasceu. Já em 1977, é Ben (Oakes Fegley) quem se sente solitário após a morte da mãe. Ao encontrar o que acredita ser uma pista sobre a identidade do pai que nunca conheceu, ele também foge da casa dos tios.As duas histórias correm em paralelo, compartilhando locações, situações e experiências. Eventualmente estas jornadas já unidas por temática e rimas visuais se encontrarão em um terceiro ato que fecha quase todas as pontas.

O charme fica por conta da forma como o diretor Todd Haynes encontrou para replicar a experiência das páginas na tela. No livro, a história de Ben é contada em texto, enquanto a de Rose apenas com ilustrações do próprio autor. No filme, 1927, assim como os filmes da época, é em preto e branco e mudo, nos aproximando ainda mais do universo silencioso de protagonista. Enquanto em 1977 a história tem som, as cores são saturadas, e com um tom amarelado, como as fotografias da época que encontramos hoje, além de uma trilha que acompanha a época.

Além das carismáticas crianças que carregam bem o filme, o elenco ainda conta com Julianne Moore, Jaden Michael, Cory Michael Smith e Michelle Williams. Uma produção carismática, doce e encantadora para toda a família. Precisa de mais? Tem Space Oddity de David Bowie na trilha sonora.

Leia a crítica completa de Sem Fôlego.
Também tem crítica do livro e a comparação Livro vs Filme

(Scary Stories to Tell in the Dark - 2019)
É Halloween e um grupo de adolescentes de uma pacata cidadezinha resolve explorar uma casa assombrada. O que pode dar errado? Para eles, muita coisa. Para nós, é um gostoso terror juvenil, digno de festas do pijama.

Stella (Zoe Margaret Colletti), Ramón (Michael Garza), Auggie (Gabriel Rush) e Chuck (Gabriel Rush) encontram no casarão assombrado da família Bellows, um livro repleto de histórias macabras que logo começam a se tornar realidade. A molecada precisa descobrir as origens do livro para detê-lo, ao mesmo tempo que tentam escapar de seus maiores medos que ganham vida através do artefato.

Trata-se da adaptação para o cinema da série literária de terror juvenil escrita por Alvin Schwartz, que usa o livro amaldiçoado para levar diferentes contos para as telas. O resultado é um união bem feita de pequenas histórias simples e criativas que trazem que abordam várias ameaças clássicas do gênero. Fantasmas, entidades, criaturas, maldições, casas assombradas, cadáveres, insetos, vudu, malfeitores humanos, hospital psiquiátrico, perseguição em milharal, tem um pouquinho de tudo nesta produção dirigida por André Øvredal.

O ponto alto da produção é o envolvimento de Guillermo del Toro como produtor, que garante sua estética impecável, bastante uso de maquiagem e efeitos práticos, combinados com uso moderado do CGI. Com indicação etária de 14 anos, a produção garante o aquele "medinho controlado" divertido para a molecada. Enquanto o público com mais bagagem, vai curtir o tom nostálgico, a produção caprichada e a história bem amarrada. Ambas as gerações devem ficar com nojo das criaturas igualmente.


Como você notou, todas as três produções tem críticas aqui no blog, infelizmente os filmes chegaram para pouca gente na época de seu lançamento. Fiquei tão feliz em finalmente poder rever estas obras, que resolvi indicá-las novamente.

E aí, já viu alguma? Todas estão disponíveis no catálogo da Amazon Prime Video, procura lá!

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