Os posts sobre a Bienal do Livro do Rio são antigos e tradicionais aqui no blog. Quando digo tradicionais me refiro ao formato diário/bate-papo nada comercial, cada vez mais escasso na blogosfera. Desde que o blog foi lançado lá em 2008, não escrevi apenas sobre a edição de 2009. Aliás, acho que não fui naquele ano. Eu até que tento fazer uma cobertura mais completa, mas no final das contas acabo frequentando o evento como "civil" mesmo, e só me resta manter este nostálgico formato de post de experiência. Dito isso, é hora de contar como foi minha visita à Bienal 2019. E sim, tivemos novidade na experiência esse ano!
A primeira delas, tomamos coragem de levar uma criança conosco este ano. Vale lembrar, não moro na cidade do Rio e a jornada até o centro de convenções é longa. Mas acreditamos que nosso pequeno acompanhante, sobrinho daquela amiga oficial de aventuras, chegou em uma idade adequada para encarar o perrengue. Achamos errado! Não me leve à mal, a feira é sim um programa para levar a criançada, mas o percurso até lá, para quem opta pelo exaustivamente sugerido transporte público, definitivamente não é.
Deixemos de lado, a longa jornada da minha cidade até a capital carioca, estou falando do translado lá mesmo. Na última edição o transporte via BRT era confuso, com uma baldeação e poucos ônibus disponíveis. Este ano, finalmente destinaram uma linha direta para levar o pessoal no trajeto entre a estação de metrô Jardim Oceânico e o evento, com paradas nas principais estações. Mas, novamente, a quantidade de veículos estava longe de ser minimamente suficiente. O "99" já partia lotado do primeiro ponto, tornando uma tarefa hercúlea embarcar nas paradas seguintes. É aqui que a experiência se torna inapropriada para os pequenos. Aliás, para os grandes também. Andar espremidos, amontoados, suando e caindo uns sobre os outros a cada curva mal feita pelo condutor, não é o melhor começo de experiência. Então, se for com crianças opte por carro, ou excursão.
Mini leitor em treinamento! |
Chegando lá, a experiência é aquela que tanto conhecemos. Pilhas de livros, quilômetros de filas, preços exorbitantes nas comidas (embora a variedade esteja aumentando e algumas opções menos absurdas já possam ser encontradas), e um aglomerado sem fim de pessoas que nos faz questionar se eles tem algum controle da quantidade de ingressos que vendem, e se é seguro colocar tanta gente ao mesmo tempo em um único espaço.
Por outro lado os estandes estavam mais caprichados, com decorações dignas de foto, espaços para aquele clique obrigatório (que não fiz, por motivos de "filas"), e pasmem, promoções de verdade. Faz anos que deixei de buscar no evento livros da minha lista de prioritária desejos, optando por vasculhar aqueles "achados" que não sabíamos que desejávamos. Qual não foi minha surpresa, ao encontrar itens da minha lista número um em um bom preço. Já nosso pequeno acompanhante saiu com nada menos que quatro volumes após administrar muito bem para a idade sua verba de cinquenta reais.
Se pela foi pela crise em que o país se encontra ou a concorrência, que os preços estavam melhores não sei dizer. Mas foi excelente comprar as pechinchas do Submarino, sem frete e levando o livro para casa na hora. Não tão legal foi descobrir porque os livros de Star Wars estão tão baratos na Aleph. Queima de estoque, a editora não vai mais publicar os livros da franquia (e eu nem encontrei meu Kenobi antes dele esgotar). Mas encontrei a biografia de Maurício de Souza por menos de oito reais, como não ficar feliz?
E já que comecei este post comentando meus registros anteriores do evento, vale comentar como é curioso observar o reflexo do mercado editorial no chão da feira. Observando estandes que não existiam crescerem, como o próprio Submarino, os voltados a colecionáveis nerds, e até as Lojas Americanas. Enquanto outros como Sextante e Leya diminuíram quando seus títulos saíram da lista dos "livros da moda". E por falar em livros da moda, quando é que a Darkside vai ter um estande prórpio, macabro e estiloso?
Ano vai, ano vem e a Bienal continua a mesma. Problemas antigos são solucionados, novos aparecem, outros se mantém... O que muda de verdade somos nós, com sorte para melhor, com ajuda dos muitos livros que compramos lá ao longo dos anos. E este acesso e interesse por conhecimento sempre fora necessário, mas nunca tão urgente como agora.
Da parte desta blogueira que vos escreve, meu saldo de livros adquiridos no evento melhora a cada ano. Falta descobrir se os preços estão mais interessantes, se minha lista de desejos aumentou, ou minha habilidade para achados foi aprimorada. Por hora, saio satisfeita com a "aventura" e os títulos adicionados à minha coleção.
A XIX Bienal Internacional do Livro do Rio ainda está rolando, termina no próximo domingo, 8 de setembro. Corre que dá tempo!
Também tem resenhas de livros aqui no blog, já conferiu?
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