
Robin of Loxley (Taron Egerton, o Egsy de Kingsman), volta após anos lutando nas Cruzadas, apenas para descobrir que fora dado como morto, encontrar sua casa saqueada, sua esposa casada com outro, e os moradores de Nottingham sendo explorados para financiar a guerra. Incentivado por seu companheiro de batalha John (Jamie Foxx), ele resolve lutar para libertar seu povo da tirania do Xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn).
A aventura pretende contar a origem do herói, dando partida a uma possível nova franquia estrelada pelo arqueiro, mas se perde ao tentar fazer de tudo um pouco para tentar agradar a todos. O primeiro ponto de estranheza é a ambientação, oficialmente uma produção de época, figurinos, maquiagem, cenários são estilizados para dar um tom mais contemporâneo à produção. O que poderia ser aceito como uma mera escolha de estilo, se outros detalhes do longa não implicassem que este parecia desejar se passar em outra época. Enormes explosões, flechas que se comportam como balas e perseguições de carro carroça, desafiam ao máximo a suspensão de descrença do espectador. O mesmo vale para as conveniências de roteiro, que fornecem coincidências impossíveis, e até atitudes injustificadas aos personagens.

Ao menos o vilão faz tantas escolhas ruins quanto o mocinho. Se o objetivo era ter Robin fora do caminho, porquê não matá-lo ao invés de forjar sua morte? O plano megalomaníaco, sustentado por uma cidadezinha já sem recursos, também soa bastante implausível. Inclua aqui frases de efeito, e uma força de combate igualmente inverosímel deste contexto, só faltou a risada maléfica. A escalação de Ben Mendelsohn (Rogue One, Jogador Nº1), que aparentemente está se especializando em vilões pomposos em casacos longos, apenas reforça a falta de criatividade da produção. Por mais eficiente que o ator seja neste tipo de papel, a sensação é de este antagonista fora herdado de outra produção qualquer.


Robin Hood é um ícone rico em significados, envolto em mistério e com diversas versões, ou seja, as possibilidades com ele são incontáveis. E esta produção tinha orçamento, elenco e condições de extrair o melhor da lenda mas, com um roteiro previsível e genérico Robin Hood - A Origem é um bom exemplo de potencial desperdiçado.

Robin Hood - A Origem (Robin Hood)
2018 - EUA - 116min
Aventura, Ação
Postar um comentário