Maze Runner - Correr ou Morrer

Então o protagonista acorda em um elevador em movimento que para em uma clareira rodeado por jovens desconhecidos. Eu disse "protagonista" pois à essa altura Thomas (Dylan O'Brien), não lembra sequer o próprio nome. O nome aliais, é a única memória a que estes jovens tem direito.

Em Maze Runner, nova adaptação para o cinema de uma série literária para jovens adultos, vários rapazes são enviados sem memória, para uma clareira no centro de um labirinto. A cada mês suprimentos chegam acompanhados de um novo "recruta". Confinados há anos, os jovens dividiram tarefas e formaram uma sociedade liderada por Alby (Aml Ameen). O mais perigoso dos trabalhos, no entanto, é o de runner. Bons corredores, que tem a tarefa de mapear o labirinto durante o dia. Perigoso pois a noite às portas da Clareira se fecham em quem ficar para trás precisa enfrentar os monstros que habitam os corredores à noite. Desafio do qual ninguém saiu vivo.

Se você acha que Thomas chegou para mudar o status quo, acertou. Doido para sair daquele lugar, e em busca de respostas ele é o primeiro a quebrar as regras. Mas não é o único, mudanças na "rotina do labirinto (que como todo bom labirinto parece ter vida própria), e a chegada da primeira garota dão o empurrão final à trama.

Desvendar mistérios, solucionar "puzzles", enfrentar monstros desconhecidos e correr, correr muito. Dão ao longa ares de Indiana Jones, em suas bem desenvolvidas cenas de ação. O corre-corre divide (mas não muito) espaço com as reações dos moradores da clareira a cada nova mudança. E são reações bem distintas, considerando o enorme elenco jovem que inclui ainda, Will Poulter (o Estuáquio de As Crônicas de Nárnia) como valentão de visão limitada Gally. Thomas Sangster (o Jojen Reed de Game of Thrones) como segundo no comando e pensativo Newt. Blake Cooper como o mascote da turma Chuck. Além de Kaya Scodelario como a supra-mencionada primeira garota Teresa.

Scodelario, inclusive é a única escalação realmente fraca no elenco. Surpreendente, porém reconfortante,  considerando que o filme é conduzido por um elenco jovem. O'Brien também não é o mais carismático dos protagonistas, mas ao menos é eficiente em guiar o expectador. O destaque fica mesmo com o experiente elenco de apoio mencionado acima.

Já o design de produção capricha ao criar monstros futuristas incompreensíveis, meio animais meio máquinas. E ao contrastar o ambiente inóspito e estranho do labirinto, com a sempre verde clareira. Com suas cabanas e instalações improvisadas, e impossibilidade de sair, lembra até o ambiente de Lost (só falta a praia).

Também à exemplo da série de TV Maze Runner  deixa para seus expectadores mais perguntas que respostas, uma vez que é baseado na série de James Dashner, que se estende por quatro livros. As sequencias Prova de Fogo, A cura mortal e o prelúdio A Ordem de Extermíno. Podem chegar às telas se este primeiro for bem sucedido.

O que é bastante provável considerando o capricho na produção (nada menos do que se esperaria de um blockbuster do gênero), o roteiro ágil e a inesperada ação quase interrupta. Além é claro, da surpreendente ausência de outros dilemas adolescentes que não a sobrevivência (isso mesmo, nada de romance meloso complicado). Uma aventura divertida, com boas cenas de ação, e muito mistério que até levanta algumas questões a serem discutidas, mas não é "arrastado" por elas. Maze Runner deixa claro a que veio, entreter! E parece cumprir bem esta tarefa.

Maze Runner - Correr ou Morrer (The Maze Runner)
EUA - 2014 - 125 min
Ação/Ficção científica/Aventura

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