....ou como criar um psicopata parte 2. A segunda temporada de Bates Motel, não precisa mais estabelecer personagens, ambientes, ou mesmo criar situações. White Pine Bay é uma cidadezinha estranha e cheia de segredos. Norma (Vera Farmiga) tem problemas com os negócios e precisa administrá-los junto com seus problemas familiares. O filho renegado Dylan (Max Thieriot). E Norman (Freddie Highmore), que é claramente perturbado.
"Vale sempre alertar resenha a seguir pode conter spoilers de Psicose, clássico de Hitchcock. Assim como da primeira temporada da série."
É o gancho deixado ao final da primeira temporada, o assassinato de uma das professoras de Norman que dá curso a trama. Enquanto o mistério é desenvolvido, assistimos as reações não apenas de Norman, mas de toda a cidadezinha. Para tal a série não tem dificuldades em descartar e introduzir novos personagens.
Assim a trama manda embora a "estudante dos sonhos de Norman" Bradley (Nicola Peltz), enquanto finalmente apresenta os nomes que comandam a cidade, leia-se os chefes do tráfico. As mudanças soam naturais ao acompanhar as investigações do Xerife Romero (Nestor Carbonell) e as tentativas de Norma de evitar a construção da rodovia que deve arruinar seus negócios.
A única personagem que parece perder a função é Emma (Olivia Cooke). A adorável adolescente que anda todo o tempo com um cilindro de oxigênio, continua a trabalhar no motel da família Bates e até tem seu arco próprio. Mas, como a própria personagem anuncia à certa altura, é deixada de lado da trama da família. O que nos faz pensar que o pouco envolvimento da moça, é proposital.

As indas e vindas nessa relação é o que realmente sustenta a série, e não funcionariam sem as excelentes atuações de Farmiga e Highmore. Enquanto a matriarca da família, se mostra cada vez menos confiável e sensata. O adolescente, começa a mostrar claramente quem virá e se tornar na idade adulta, incluindo o porque e a forma que este se tornará um dos assassinos mais icônicos do cinema. Ambos mostram força e profundidade em cena, que cresce ainda mais quando a dupla divide a tela.
Mas nem tudo são flores, em Bates Motel, os novos rumos da trama e a construção do excelente desfecho apresentado nos dois últimos episódios (The Box e The Imutable Truth) demandam tempo. Foi preciso desacelerar o ritmo e construir os arcos de cada personagem, o que pode soar meio arrastado para alguns espectadores. Em comparação com a primeira temporada a série "deu uma esfriada" em prol da história, mas manteve a tensão e a qualidade (inclua aqui a direção de arte, responsável por criar a angustiante atmosfera de Pine Bay), e terminou muito bem.
Bates Motel se manteve como o drama de maior audiência entre adultos de 18 a 49 anos da história do canal A&E. Sua terceira temporada já foi confirmada, e com o material entregue por este segundo ano, tem conflitos suficientes para manter a ótima qualidade.
No Brasil a série é exibida no canal pago Universal Channel, e sua primeira temporada foi exibida na TV aberta pela Record. Ambas as temporadas tem 10 episódios.
Leia mais sobre Bates Motel aqui, ou descubra o clássico de Hitchcock que a inspirou a série, no especial Psicose do blog parceiro DVD, Sofá e Pipoca.
Por coincidência, hoje acabei escrevendo também sobre "Bates Motel".
ResponderExcluirAbraço
Rs, nossos blogs nasceram quase juntos. Acho que volta e meia entram em simbiose, ou algo do tipo, hehehe
ResponderExcluirAtt...
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