
Questionamentos sobre o limite e a possibilidade de criar Inteligência Artifial, nanotecnologia, um bom argumento e um elenco de competentes estrelas dão a sensação de que Transcendence - A Revolução seria um raro bom exemplo de ficção-cientifica disfarçada de blockbuster. Infelizmente não é nem um, nem outro.
Em um futuro não muito distante Dr. Will Caster (Johnny Depp), é o maior especialista do mundo nos estudos de inteligência artificial e tem feito enormes avanços na àrea. E claro, que desde que o mundo é mundo, há sempre um grupo (liderado pela personagem de Kate Mara) que não acha toda essa tecnologia uma boa ideia. Logo, não é surpresa o atentado, que o deixa apenas algumas semanas de vida. Auxiliado por sua esposa e coautora da pesquisa Evelyn (Rebecca Hall) e por seu melhor amigo Max Waters (Paul Bettany), Caster decide não morrer em vão, e transforma sua partida em uma oportunidade para avançar suas pesquisas, transferindo sua consciência para o computador.

São estas as boas discussões levantadas no longa, quando este finalmente (por que demora), tem que lidar com as consequências do experimento. Infelizmente, o filme levanta as questões mas não as discute. Logo que as dúvidas aparecem o personagem de Bettany, o cientista de visão mais humanista, é colocado de lado em uma brusca transição para o lado dos ativistas anti-tecnologia. Logo, o triângulo amoroso disfuncional (homem, mulher, máquina), que devia ser desenvolvido em paralelo, como uma forma de explorar essas discussões se perde. Transformando um filme em um debate superficial entre o casal protagonista.

Já os efeitos especiais, e a ação no último ato, que junto dos astros do elenco transformariam o Transcendence em um pseudo blockbuster não empolgam. Em alguns momentos beiram o absurdo, quando por exemplo a máquina é capaz de controlar o clima. O que aliais, faz a solução para derrota-lo soar menos eficaz do que deveria.

O elenco bem que tenta, mas para a maioria não há muito o que fazer. Morgan Freeman e Cilian Murphy fazem pontas de luxo, em papéis previsíveis que somem e reaparecem sem muito critério. Enquanto Freeman encarna, novamente, uma especie de mentor. Enquanto Murphy é a força policial/representante do governo que ficamos com a sensação de estar por demais alheios a todos os eventos do longa.
O trabalho pesado fica para Hall e Bettany. Ela como única personagem (humana) que move a trama principal sozinha por um longo tempo. E Bettany realmente se esforçando para ser um bom narrador/personagem da história, embora não tenha presenciado boa parte dos acontecimentos que narra.
Já a desgastada imagem de Johnny Depp é visto quase que todo o tempo através de sua versão virtual, contida em uma tela sem profundidade (seria um reflexo de sua verdadeira natureza?), deixando o ator em um empasse. Por mais que se esforce, ele não agrada o público em personagens "não extravagantes". Entretanto, a mesma audiência se diz cansada de seus piratas, chocolateiros e chapeleiros loucos. Não é o estilo de atuação em que ele é bom, e o texto excessivamente auto-explicativo, também não ajuda uma vez que falar é a única coisa que ele pode fazer.
Nem mesmo a fotografia do longa impressiona. Esmero que era de se esperar de seu diretor estreante. Wally Pfister foi diretor fotografia dos filmes de Christopher Nolan (que neste é produtor).
Transcendence - A Revolução, tem o orçamento, elenco, argumento e discussões apropriados. Infelizmente faltou acertar a mão no roteiro e ritmo.Uma pena para os fãs de ficção-cientifica, e para os adoradores blockbuster, que poderiam se descobrir como novos fãs do gênero.
Transcendence - A Revolução (Transcendence)
EUA - 2014 - 119 minutos
Ficção científica
Eu achei também que esse filme foi bem fraco. Principalmente pela história que esperava ser diferente (com um nível maior de profundidade e mais elaborada) depois que vi a sinopse e um trailer que me encheram os olhos. Uma pena!
ResponderExcluirabraço
Pois é Marcelo, eu não achei detestável, mas tinha muito mais potencial ali para explorar!
ResponderExcluirValeu pela visita! ;)
Participação do ator, Johnny Depp em um filme já costuma ser motivo de sobra para que os fãs se desloquem até as salas de cinema com o objetivo de acompanhar a nova obra. Este thriller de ficção científica mais de 100 minutos, eu gostei. Transcendence é um filme estranho e muito futurista que eleva a curto prazo um futuro muito sombrio para toda a humanidade. A coisa interessante sobre este filme é o debate e o dilema moral que surge quando se discute os limites da ciência e tecnologia. Transcendênce é o primeiro filme que fez Wally Pfister, diretor de fotografia de quase todos os filmes de Christopher Nolan.
ResponderExcluirQue bom que gostou Karla P! Eu queria um pouco mais, mas é um bom passa tempo.
ResponderExcluirObrigada pela visita1
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