Em fevereiro de 2022, um homem invadiu a enorme loja da Apple na praça Leidseplein, em Amsterdam. Mantendo um refém por cerca de cinco horas, enquanto outras quatro pessoas estavam escondidas em um depósito. Outras setenta ficaram encurraladas no andar superior do prédio. Situação incomum para a Holanda, mas com um tema familiar à muitos filmes de suspense.
Não é surpresa que logo uma adaptação para o cinema da história real seria realizada. Tão pouco que chegaria pelas mãos da Netflix. A surpresa é ser uma produção de fato holandesa, e apesar do tema, extremamente chata!
A trama de iHostage* é basicamente a mesma da vida real. Um homem armado com exigências, apenas um refém em sua mira, outros acuados em sigilo no depósito, e uma longa negociação da polícia. Convenhamos, já assistimos inúmeros filmes e séries sobre situação com reféns, e sabemos o potencial de tensão e envolvimento que esse tipo de produção carrega. Infelizmente, a produção dirigida por Bobby Boermans fica longe de alcançar seu potencial.
À começar por não conseguir conquistar nossa empatia pelos personagens. Especialmente pelo refém principal, e pelos oficiais que negociam diretamente com a ameaça. Não que precisássemos conhecer toda a vida desses personagens, mas deveríamos ser capazes de nos conectar a eles, pelo perigo, e por suas ações. O problema é que a forma como os personagens agem em cena pode até ser até a reação real, mas para o formato condensado e "exagerado" que o cinema exige, é pouco crível.
Em outras palavras, na escassez das informações reais, iHostage também falha em reimaginar e executar a história. Entregando uma produção, apática, chata e esquecível, mesmo partindo de uma boa história real. Um desperdício, de fato!
*O título iHostage (iRefém, em tradução livre) faz alusão aos nomes dos eletrônicos da Apple (iPhone, iMac, iPod), loja que foi palco do evento real e do filme. O que me faz ficar curiosa quanto ao envolvimento, ou mesmo permissões da marca, em relação ao uso de seu nome no filme.
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