Django Livre

Antes mesmo da estréia de Django Livre em terras brasileiras, era possível encontrar comentários comparando o filme à outro filme: "É Bastardos Inglórios, com escravos no lugar dos judeus". É claro que estavam enganados, principalmente porque a maioria dessas pessoas ainda não havia assistido ao filme. Entretanto, se estavam se referindo ao fato de ambos os filmes tratarem de uma história de vingança, com muito sangue, bons diálogos e dezenas de referências à sétima arte. Isso é verdade, mas não por que seja o mesmo filme, e sim porque são filmes de Tarantino.

O caçador de recompensas Dr. Schultz (Christoph Waltz), compra o escravo Django (Jamie Foxx), para que este o ajude a encontrar algumas cabeças à premio. Em troca o escravo ganha sua liberdade e uma ajuda para libertar Brunhilda (Kerry Williams), da fazenda do impiedoso Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Tudo isso às vésperas da Guerra Civil estadunidense.

E se Bastárdos Inglórios já abusava das referências ao western, imagina a festa que o diretor não faz quando está na época e pais corretos? Brinca com o velho-oeste tradicional, abusa do western spaghetti, e encontra espaço até para um pouco de mitologia nórdica.

Marcas registradas de um diretor que "criou seu próprio" gênero, referencias à cultura em geral e principalmente ao próprio cinema não faltam. Referências às quais meu limitado conhecimento da sétima arte conseguiu identificar cerca de uns 20% apenas (estou melhorando).

Django não é apenas um combinado de referências, mas sim um filme de personagens e relações. Seja da dinâmica bem acertada entre Dr. Schultz e Django, ou na estranha relação de coexistência entre o escravagista Candie e seu mais fiel cervo. O escravo racista vivido por Samuel L. Jackson, aliás, merece um capítulo a parte. Aparentemente apenas um escravo velho que provavelmente, não vai se acostumar com os tempos de liberdade, acaba por se revelar a personagem com pior índole do filme.

Não que seja filme de mocinhos, Django não exita em fazer o que for preciso para alcançar seus objetivos. Dr. Schultz faz uso de sua educação, perceptível pelo seu modo de falar, para confundir os tolos escravagistas. Mantendo inclusive o tom constantemente calmo que o Coronel Hans Landa trazia em Bastardos, dessa vez com objetivos melhores, embora meios ainda duvidosos.

Leonardo DiCaprio, com cara de mais velho e mais malvados do que estamos acostumados, parece se divertir com a possibilidade de usar e abusar dos trejeitos, e da crueldade do seu vilão adequadamente caricato.Divertido de assistir.

Divertido apesar do assunto sério e do banho de sangue. Ousou dizer até que este é filme com mais humor do diretor até hoje. O bom humor alivia o impacto das atrocidades e tela, mas não do tema, muito menos dos inteligente diálogos diálogos.

Conversas inteligentes, muito sangue (quase esqueci da), ótima trilha sonora, reinterpretação de um periodo histórico real. É talvez os palpiteiros da rede tenham razão tem uma semelhança bem grande entre Bastardos e Django: ambos estão empatados como favoritos como obras favoritas do diretor.

Django Livre (Django Unchained)
EUA - 2012 - 165 min.
Faroeste

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