É cada vez mais cedo o momento em que a molecada deixa de acreditar no Papai Noel. E com isso parte da magia do Natal se perde nas comemorações familiares, e claro, no apelo comercial da data. Logo, não é surpresa que a cultura pop volta e meia tente reinventar o bom velhinho para novas gerações. A atualização da vez traz um bom velhinho antenado com o século XXI e astros de ação como seus ajudantes em Operação Natal.
Papai Noel (J.K. Simmons) é sequestrado faltando 24 horas para a noite de natal. Com isso comandante da Força Tarefa (ELF) desgostoso com a vida, Callum Drift (Dwayne "The Rock" Johnson), precisa unir forças com Jack O'Malley (Chris Evans), um famoso caçador de recompensas notório por estar em um alto nível na lista dos desobedientes. A dupla precisa encontrar e resgatar o bom velhinho à tempo da grande entrega de presentes.
Em outras palavras, temos o Capitão América e o The Rock unidos em grandes aventuras do barulho para salvar o Natal. Se isso não chamar a atenção da audiência nada mais chama! Não que a produção se sustente apenas em seus astros. Houve um esforço para atualizar toda a mitologia natalina, transformando o Polo Norte em uma grande metrópole que vive em torno da grande tarefa de seu mais ilustre morador. Criando antagonistas poderosos em um mundo mitológico administrado tal qual uma agência secreta. E claro, repaginando o Papai Noel, que aqui é sarado para cumprir seu complexo trabalho, ligado nas modernidades atuais, bem humorado, mas ainda sim atencioso e gentil como todo Noel deve ser. Trabalho divertido de ver J.K. Simmons executar.
Já os heróis da história tem seus pequenos arcos a resolver enquanto correm contra o tempo. Callum precisa reencontrar a motivação para o trabalho, em meio ao consumismo e hipocrisia que também está presente no período de festas de fim de ano. Enquanto O'Malley, precisa aprender a se importar com alguém além de si mesmo, através da descoberta do espírito natalino. Tudo isso através da convivência forçada de suas personalidades opostas, com The Rock vivendo o disciplinado e rígido funcionário leal, e Evans, o malandro sem responsabilidades. Não é spoiler dizer, ambos terminarão a aventura transformados por ela.
Kiernan Shipka e Kristofer Hivju tem as tarefas mais difíceis, conferir ameaça a personagens completamente novos. Ela se diverte criando uma vilã mais perigosa que sua aparência de menininha. E ele precisa lidar com a combinação de maquiagem pesada e efeitos digitais. Nenhum dos dois consegue criar figuras tão icônicas quanto o bom velinho, mas cumprem o propósito de fazer a história andar. Além disso, o trecho da aventura passado no covil de Grapo (Hivju), tem uma deliciosa ambientação de fantasia dos anos 1980, que vai gera nostalgia em muito marmanjo.
Outros nomes conhecidos que também se divertem em cena são, Lucy Liu e Bonnie Hunt. Ambas com papéis menores, mas carismáticas em suas aparições. Enquanto piadas criativas envolvendo "tecnologia mágica", surpreendem os adultos pela criatividade, e encantam os pequenos. Embora os efeitos especiais para produzi-las não sejam dos mais sofisticados. Funcionam, e é tudo que precisa.
Operação Natal não reinventa a roda, nem tem pretende. Sua intenção é ser aquela pausa divertida das compras natalinas. Sair de um filme "good vibes" desse, para um corredor de shopping tocando músicas de natal, está entre as pequenas coisas mágicas das festas. Atualizar a mitologia do Papai Noel para as novas gerações é um bônus, e uma brincadeira interessante.
O curioso é que a produção saiu antes da época! Talvez para chegar ao streaming no Natal, muito provavelmente para fugir da concorrência com Mufasa. Mas tudo bem, pois já tem panetone nas lojas, e os enfeites já estão sendo pendurados. Em outras palavras, a sessão para toda a família vale o ingresso.
Operação Natal (Red One)
2024 - EUA - 123min
Aventura, Fantasia
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