Emily em Paris - 4ª temporada

Seria deselegante eu simplesmente repetir o texto sobre a terceira temporada de Emily em Paris, nesta crítica da quarta temporada? Afinal, a própria série faz isso. Entregando um quarto ano repetitivo e de pouco charme onde apenas nos dois últimos capítulos a história parece evoluir. 

Novamente partindo exatamente de onde a temporada anterior encerrou, Emily (Lilly Colins) ainda tenta superar os efeitos do não casamento de Gabriel  (Lucas Bravo) e Camille (Camille Razat).  Em um quadrilátero amoroso com Alfie (Lucien Laviscount), com idas e vindas de adultos com comportamento infantil. 

Já entre os coadjuvantes o roteiro traz pequenas histórias que não avançam muito como arcos de Luc e Julien (Bruno Gouery e Samuel Arnold). Além dos arcos de  Mindy (Ashley Park) e Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu). Enquanto o da amiga da protagonista se limita a escolha entre carreira e namorado, com um desfecho repentino e absurdamente sem consequências. A trama da chefe traz vários elementos, marido, enteada, concorrência, amante, segredos da indústria, e não finaliza nenhum deles. 

E assim, a série gasta oito de seus dez episódios em uma ciranda que não leva a lugar algum de fato. Tornando Paris cada vez menos charmosa e convidativa, especialmente pela antipatia conquistada pelos franceses Gabriell e Camille. Ele eternamente indeciso sobre sua vida amorosa, e deixando a cargo das moças suas escolhas. Ela uma criança birrenta, que não sabe com qual brinquedo quer brincar. Impossível não se questionar porquê a Emily ainda insiste nessas relações. A torcida é que a moça mude de apartamento só para ficar longe do casal.

Com os romances abalados, as paisagens encantadoras em Paris perdem espaço, e levam com ela, parte do apelo da série. Enquanto os figurinos, se mantém no exagero crescente adotado no ano anterior. Aquele que nos faz questionar, é bonito mesmo, ou só estão tentando chamar atenção? Eu também penso muito em, onde ela guarda esse tanto de roupas naquele apartamento minúsculo? E mais, como peças tão grandes e elaboradas em malas? 

Felizmente Lilly Colins continua carismática, apesar de seu excesso de sorte e facilidades começar a incomodar. Ashley Park e Philippine Leroy-Beaulieu, também continuam queridinhas do público. Mas isso é pouco, para sustentar toda uma temporada.

É apenas nos dois últimos episódios, que a história parece evoluir, e o charme retorna à produção.. Com a chegada da ambígua Geneviveve (Thalia Besson) e a possibilidade de carreira (e romance, óbvio) para a protagonista em Roma. Uma nova cidade apaixonante. Mas, quando finalmente voltamos a nos interessar, a temporada termina. 

Após quatro anos ao mesmo tempo intenso (em eventos), mas lento em evolução, Emily parece ter esgotado todo o charme de Paris. E a melhora nos últimos episódios, quando a moça muda de país é a prova que está na hora de a série renovar os ares. De preferência descartando os personagens desgastados. Que venha Emily em Roma, em Dubay, em Rio... qualquer renovação a gente aceita!

Cada temporada de Emily em Paris tem dez episódios com cerca de meia hora cada, todos já disponíveis na Netflix. 

Leia as críticas da primeira, segunda e terceira temporadas da série. 

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