Um hábito que criei com a pandemia e mantive foi o de resgatar séries antigas. Seja para colocar em dia, já que na TV aberta as transmissões, por vezes, eram bagunçadas. Seja para refrescar a memória e matar a saudade apenas. Nessa brincadeira já revi várias obras, e algumas até ganharam posts de recomendação aqui. Hora de falar da mais recente que maratonei.
Medium, ou apenas A Paranormal, se você assistiu no SBT, é mais uma série procedural (aquela com um caso por semana) sobre crimes. O diferencial é que dessa vez os incidentes são resolvidos com a ajuda de uma vidente.
Patricia Arquette é Alison DuBois, esposa, mãe, assistente no gabinete da promotoria do condado, e sensitiva. Ela recebe sonhos e visões do além. Com o tempo, o Promotor de Justiça Manuel Devalos (Miguel Sandoval) começa a ver o valor de suas habilidades e com a ajuda do detetive da homicídios Lee Scanlon (David Cubitt), usa seus conhecimentos para resolver os mais diversos casos. O problema é que visões do além nem sempre são completas, e de fácil interpretação. Obrigando o time a montar um novo e criativo quebra-cabeças a cada episódio.
Reparou que na descrição da protagonista? Antes de tudo citei que ela é esposa e mãe. Pois é, outro diferencial da série, é a boa construção do núcleo familiar de Alison, em paralelo aos casos criminais. Ela é casada com Joe DuBois (Jake Weber) e tem três filhas, Ariel (Sofia Vassilieva), Bridgitte (Maria Lark) e Marrie (as gêmeas Miranda e Madison Carabello). Acontece que as três crianças herdaram seus dons, e o marido e pai mais compreensivo do mundo, precisa ajudar a lidar e compreender as habilidades dessas quatro mulheres com quem vive.
Convivemos com a família e seus problemas cotidianos incomuns ao longo das sete temporadas, o que garante um apego ainda maior com os personagens e a série. O que vale também para os personagens secundários já que o promotor e o detetive tem arcos próprios, ainda que muito menores. Vale lembrar, é uma série pré-streaming, pré-maratona. O que significa, que convivemos semanalmente com esses personagens ao longo de sete anos.
Todo esse apego construído ao longo de muitas temporadas, só torna mais cruel o desfecho do programa. Medium foi cancelada no sétimo ano, mas ganhou um encerramento, que não é ruim! Pelo contrário, é coerente com os temas do programa e muito bem produzido para os padrões de uma série semanal de TV aberta. Entretanto, é extremamente triste e nada satisfatório, considerando a familiaridade que temos com os personagens à essa altura. Em outras palavras, é de partir o coração.
Casos conduzidos por música, realidades alternativas, troca de corpos, episódio com zumbis, visitas inconvenientes do sogro, efeitos colaterais físicos e mentais, acontecia de um tudo, com as mulheres da família DuBois. E nada era por acaso, ou sem propósito. Os eventos que envolviam as crianças ainda tinham o bônus de serem ainda mais lúdicos, e evoluírem conforme as idades das meninas.
Veteranos já renomados na época também fizeram participações em pequenos arcos de três ou mais episódios, ou ainda em aparições recorrentes. Estão entre eles, Anjelica Huston, Kathy Baker, Kelly Preston e Neve Campbell.
Por último, mas não menos importante. A série deixa claro em seus episódios inicial e final, que Alison DuBois é uma pessoa real e serviu como consultora pra o programa. A autora estadunidense, é supostamente uma médium e afirma ter ajudado autoridades em casos policiais.
Acreditando ou não em eventos sobrenaturais na vida real, como recurso narrativo os eventos são excelentes. O resultado é uma série criativa, bem produzida e graças aos personagens bem construídos, altamente carismática e viciante. Recomendo a maratona para quem não conhece, e a revisita para os já iniciados.
Quem gosta de assistir dublado, já fica o aviso: todas as vozes mudam à partir da terceira temporada! Não sei você, mas odeio quando isso acontece!
Medium - A Paranormal, foi transmitida entre 2005 e 2011, teve 130 episódios divididos em sete temporadas. O numero de episódios entre temporadas varia, já que houve uma greve de roteiristas no caminho. Além de temporadas encurtadas por outros motivos. Todas estão disponíveis no Globoplay na época da publicação deste post.
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