Naquele Fim de Semana

Não assista trailers de Naquele Fim de Semana, eles revelam mais do que deviam e são equivocados criando aquela que pode a maior vilã para a percepção de um filme, a expectativa. Encarar uma sessão às cegas é a melhor forma de aproveitar este suspense despretensioso da Netflix.

Beth (Leighton Meester) finalmente aceitou tirar um fim de semana de folga ao lado da amiga Kate (Christina Wolfe) na Croácia. Mas a diversão acaba quando Beth acorda após uma noitada e percebe que sua amiga desaparecera. Sem poupar esforços para descobrir o que acontecera com a amiga, ela vai mergulhar em uma investigação intrincada e perigosa.

Chamo de suspense despretensioso, pois ele não tem a intenção de chocar com grandes reviravoltas e e segredos tirados da cartola. O longa de Kim Farrant, pretende entregar de forma bem feita o básico de um suspense eficiente. E não há nada de errado em entregar o "arroz com feijão" que conhecemos bem, desde que feito com capricho. 

Baseado no livro homônimo de Sarah Alderson, tem roteiro escrito pela própria autora, que precisou fazer adaptações por causa da pandemia. Originalmente a história se passa em Lisboa, mas a trama foi transferida para a Croácia, já que a cidade portuguesa não estava recebendo gravações por causa da pandemia. O que pode ter sido uma reviravolta à favor da produção, já que Farrant, faz bom uso das ruas e vielas estreitas da bela cidade de Split, para situar as algumas sequencias de fuga. Além de utilizar a beleza e imponência histórica da cidade para tornar a busca de Beth ainda mais intimidante. Dá vontade de viajar para lá, mas dá medo de fazê-lo sozinha.

E por falar na busca por Kate, a investigação/roteiro segue ritmo constante, com cada nova descoberta preenchendo lacunas, mas também plantando mais dúvidas e suspeitos na mente da protagonista e do publico. Além de usar até nossos próprios, pré conceitos e nossa familiaridade com o gênero para nos confundir - esse senhorio tem um perfil esquisito! Porquê este taxista imigrante é tão bonzinho? Mas essa amiga não era tão santinha assim... -  A certa altura, todos parecem suspeitos, até mesmo a protagonista, que tem momentos de duvidar de si mesma, e de sua memória. 

 Leighton Meester é eficiente em nos fazer gerar empatia por Beth, sem no entanto deixar de lado a ambiguidade de sua situação. Ela não se lembra da noite do desaparecimento, o que também a torna suspeita. O restante do elenco segue a mesma linha ambígua, entregando o que cada personagem pede, mas sem grandes destaques. 

Com econômicas uma hora e meia de duração (um alívio em meio a modinha de filmes longuíssimos), Naquele Fim de Semana é simples, direto e honesto com o que pretende entregar. Um bom mistério para acompanhar, e tentar resolver em noventa minutos, e apenas isso! Nada grandioso, exagerado ou mirabolante. Entretenimento despretensioso, que só não será bem aproveitado por aqueles que caírem no erro de esperar mais do que o filme promete. 

Naquele Fim de Semana (The Weekend Away)
2022 - EUA - 89min
Suspense

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