Reencontramos Peter Parker (Tom Holland) logo após a revelação de sua identidade secreta, e uma acusação de assassinato. Acontecimentos herdados do filme anterior que afetam não apenas o protagonista, mas todos à sua volta. No desespero para reparar as coisas, Peter pede que o Dr. Estranho (Benedict Cumberbach) lance um feitiço para que o mundo esqueça sua verdadeira identidade. É claro, a magia dá errado e atrai vilões de outros universos para enfrentar o herói.
Vilões esses que conhecemos muito bem das versões anteriores dos filmes do teioso na Sony. O que ativa a nostalgia e nos poupa tempo dispensando apresentações. O que não significa que estes malfeitores não tenham desenvolvimento algum, a maioria tem um micro arco à cumprir. Os destaques ficam para o Dr. Octopus de Alfred Molina, e principalmente para o Duende Verde de Willem Dafoe, que retorna tão complexo e assustador quanto há vinte anos atrás.
Outro que ganha um pouco de espaço é o Electro de Jamie Fox. Entretanto, em uma versão repaginada, e não uma evolução propriamente dita. Incoerente com o que fora apresentado antes, mas muito melhor, por isso, fácil de relevar.
De volta ao protagonista, sua jornada de amadurecimento se completa. Até então Peter encarara repercussões pequenas para seus atos heroicos. Neste filme ele aprende que tudo tem consequenciais, mesmo as boas ações. E sacrifícios não necessários. Em outras palavras, não se pode ter tudo. O que leva o personagem a um novo status, que pode ou não ser desenvolvido pelo MCU. Ainda não há confirmações quanto a continuidade do herói no universo.
Tom Holland cujo Homem-Aranha é marcado pela juventude, brincadeiras, prova que é capaz sim de carregar o peso de uma versão mais dramática do herói. Sem perder a essência jovem, bem-humorada e altruísta de sua versão do personagem.
E por falar em drama, este é sim o filme mais dramático da trilogia, com dilemas mais maduros e consequenciais mais pesadas. Curiosamente é também a produção mais empolgante, com muitos apelos à nostalgia, e homenagens, graças às possibilidades do multiverso.
Por outro lado, as possibilidades e personagens são tantos, que o roteiro precisa correr em alguns momentos. Abraçando atalhos e conveniências, que podem ser questionadas por quem estiver mais atento. Como por exemplo, uma batalha de resultado inesperado que existe apenas para tirar um personagem de cena, pois ele facilitaria o desfecho. Ou ainda, uma facilidades tecnológicas e científicas inacreditáveis. É sério que dá pra fazer tudo isso em um laboratório de escola? Mas, ei! Este é um universo onde magia existe, e uniformes de combates podem ser guardados inteiros nos dentes de um colar. Logo, se o resultado compensa, é possível relevar estes furos.
E sim, o resultado compensa e muito. Personagens carismáticos, nostalgia, trama empolgante, piadas inteligentes e bem colocadas, e ação constante. Algumas sequência de luta no clímax, no entanto, podem soar confusa devido à profusão de personagens em cena, e ao fato de ser uma batalha noturna. Entretanto à esta altura o envolvimento é tanto, que a maioria não deve notar.
Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é exatamente o que promete ser. Um evento empolgante e divertido de acompanhar. Uma homenagem bem construida ao herói, e um abraço aos fãs do teioso, que deve empolgar até os não iniciados. É o filme de super-herói do ano, não há dúvidas!
Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Spider-Man: No Way Home)
2021 - EUA - 149min
Ação, Aventura
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