E se houvesse liberdade quase ilimitada para se contar histórias? Sem restrições físicas, de efeitos visuais ou orçamento. A animação é uma técnica que geralmente permite isso. Ao mesmo tempo, o desfecho da série Loki libertou o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) de restrições de continuidade e linhas temporais. É neste contexto que nasce
What If...?. Série animada da Marvel para o
Disney+ que explora as possibilidades que as condições que mencionei anteriormente possibilitam.
Com nove episódios na temporada inicial, What If...? traz várias histórias isoladas por universos de distância, observadas e narradas pelo Vigia (Jeffrey Wright), ser onipresente que sob juramento apenas assiste a tudo sem interferir. Histórias com personagens e situações semelhantes à tudo que vimos nos filmes e séries até então, mas com um único elemento diferente que muda tudo.
Com características de antologia, e ao mesmo tempo, a passível de conexão, graças ao seu narrador em comum, a série explora possibilidades a cerca de tudo que já conhecemos no MCU, a partir de uma simples premissa título "E Se...?" (tradução literal do tal "What If...?", do título). E se a Peggy Carter fosse o primeiro vingador? E se Thor fosse filho único? E se zumbis? Sim, as possibilidades são infinitas.
Possibilidade inclusive de resgatar personagens já descartados ou sub aproveitados em obras anteriores. O caso mais marcante visto nesta primeira temporada, é o retorno de Killmonger. Um dos melhores vilões da franquia no cinema, mas que teve vida curta em
Pantera Negra, filme de 2018, que aqui ganha uma nova oportunidade de brilhar novamente na interpretação de Michael B. Jordan.
E por falar ni elenco de vozes, muitos dos interpretes dos filmes retornam a seus papéis. Incluindo Chadwick Boseman em seu último trabalho como Tchalla. Os retornos trazem a familiaridade com os personagens, mesmo que estejam ligeiramente diferentes. Para os intérpretes que não retornaram, há um trabalho para que a atuação não gere estranheza ao público. Já a versão dublada traz a grande maioria das vozes originais de volta.
A animação é caprichada e tem estilo próprio, o design de personagens escolhe se assimilar a alguns intérpretes, mas não a outros. Escolha que somada à alteração de alguns intérpretes como Robert Downey Jr. e Chris Evans, parece ser mais contratual e burocrática que artística. Ainda sim, o visual como um todo, características básicas e figurinos, rementem aos seus pares do cinema. Essa semelhança e o roteiro, brincam de recriar cenas conhecidas dos filmes, com pequenas alterações. E até fazem piadas de alguns conceitos, como o curto embate entre Ultron e Thanos. Serve de referência, fã-service e um exercício de linguagem divertido.
Quando às histórias retratadas à opções para todos os gostos. Da aventura mais leve do episódio estrelado por Thor, passando pela tensão dos zumbis, o dramático e melancólico episódio do Doutor Estranho, até a megalomania super-heróica do episódio final. A variedade oferece altos e baixos ao longo da temporada, de acordo com o "gosto do freguês espectador". Escolha seus favoritos!
Divertida, criativa e bem produzida What If...? já seria bem vinda como mero exercício de criatividade. Mas a série animada também abre caminho para estas liberdades e possibilidades alcançarem também os live-actions do estúdio. Nos apontando com cada vez mais evidência, que talvez não estejamos mais falando de um "Universo Cinematografico". Agora, a Marvel tem um Multiverso Cinematográfico. Seja bem vindo Marvels Cinematic Multiverse!
What If...? já tem segunda temporada confirmada. O primeiro ano tem nove episódios com cerca de meia hora cada, todos já disponíveis no
Disney+.
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