Para o Star+ pode ter sido uma estratégia e tanto, a transmissão exclusiva na plataforma da 11ª temporada de The Walking Dead. Para a série dos mortos andantes no entanto, é um verdadeiro tiro no pé! Tendo em vista que esta é a ultima temporada da série principal, a produção tem entregado um trabalho acima da média e, ninguém está falando sobre ela.
O retorno de Maggie na temporada anterior encerrou os conflitos com os Sussuradores, mas agora o grupo precisa lidar com as consequências dele. Suas comunidades destruídas e a escassez de recursos. Assim, eles se dividem em três principais núcleos: os que ficaram para reconstruir Alexandria, os que saíram para procurar mais recursos sob o comando de Maggie, e a excursão de Eugene que saíra ainda antes da queda de Hilltop.
Único núcleo presente em todos os episódios, o grupo de Maggie enfrenta é o que enfrenta o perigo mais imediato e, portanto, é o mais "bélico" deles. Na busca por retomar os recursos que sua comunidade perdera, entram em conflito com um outro grupo, Reapers (ou Ceifadores), liderados por Pope. Um fanático religioso, que mesmo com pouco tempo de tela, traz questionamentos a cerca de sua visão de comunidade e liderança.
Entretanto, este não é o maior conflito rolando neste núcleo. É a rivalidade entre Maggie e Negan, que traz os melhores embates, com o ex-vilão sempre questionando as atitudes e limites da viúva. A questão aqui é, se as escolhas que a líder precisa, e está disposta a tomar ao longo da missão a aproximam da figura que ela tanto abomina no rival?Enquanto isso, Daryl segue sua própria, jornada reencontrando uma figura de seu passado, e descobrindo uma forma própria de lidar com o grupo rival. De fato o personagem aqui serve como recurso para a solução de último minuto em dois momentos. Mas ao invés, do preguiçoso "deus ex-machina", acompanhamos a jornada que o levou aquela posição privilegiada, tornando tudo mais coerente e interessante.
Já em Alexandria a fome e as cercas caindo são o grande inimigo. Com a região esgotada e destruída, Carol, Aaron e Rosita precisam descobrir uma forma de manter a comunidade até o retorno de Maggie. Há tempo ainda para observarmos um pouco da perspectiva das crianças sobre aquela realidade, e principalmente de Judith que sente cada vez mais a partida de Michone. E o retorno de Connie, em um episódio com "criaturas novas", que criam uma sequencia de terror inédita na franquia.
Novos e criativos cenários, renovam a cara do programa, especialmente nos dois primeiros episódios. Enquanto a fotografia está mais caprichada, determinando bem o tom de cada cena, e a distinção dos lugares em que se passam as histórias. À exceção fica por conta de uma sequência de batalha na floresta no terceiro episódio, que inventou um spot de luz para iluminar a cena. Soa como se o câmera segurasse uma lanterna no rosto dos atores todo o tempo, nos lembrando constantemente de que esta é uma série de TV. Recurso artificial, mas que atendeu ao seu propósito, confere dinamismo e compreensão à sequencia noturna, logo não deve incomodar a maioria.
A 11ª temporada de The Walking Dead está disponível exclusivamente no Star+. E não há previsão de exibição no Star Channel (o antido Fox Channel), onde todos os anos anteriores foram exibidos. Este último ano será dividido em três partes com oito episódios cada, a segunda parte estrear em 20 de fevereiro de 2022.
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