The Walking Dead - 11ª temporada (parte 1)

Para o Star+ pode ter sido uma estratégia e tanto, a transmissão exclusiva na plataforma da 11ª temporada de The Walking Dead. Para a série dos mortos andantes no entanto, é um verdadeiro tiro no pé! Tendo em vista que esta é a ultima temporada da série principal, a produção tem entregado um trabalho acima da média e, ninguém está falando sobre ela. 


Sim, caros adoradores de zumbis, a primeira parte (de três) da temporada final de The Walking Dead já teve seus oito episódios disponibilizados na plataforma. E é um excelente princípio do fim! 

O retorno de Maggie na temporada anterior encerrou os conflitos com os Sussuradores, mas agora o grupo precisa lidar com as consequências dele. Suas comunidades destruídas e a escassez de recursos. Assim, eles se dividem em três principais núcleos: os que ficaram para reconstruir Alexandria, os que saíram para procurar mais recursos sob o comando de Maggie, e a excursão de Eugene que saíra ainda antes da queda de Hilltop. 


Diferente de outras temporadas, a série consegue equilibrar bem os três núcleos. Fazendo, inclusive, paralelos entre eles, como sacrifícios e escolhas tomadas em determinados momentos. E sem receios de abandonar um ou outro núcleo de acordo com o que o andamento da história pede. 

Único núcleo presente em todos os episódios, o grupo de Maggie enfrenta é o que enfrenta o perigo mais imediato e, portanto,  é o mais "bélico" deles. Na busca por retomar os recursos que sua comunidade perdera, entram em conflito com um outro grupo, Reapers (ou Ceifadores), liderados por Pope. Um fanático religioso, que mesmo com pouco tempo de tela, traz questionamentos a cerca de sua visão de comunidade e liderança.

Entretanto, este não é o maior conflito rolando neste núcleo. É a rivalidade entre Maggie e Negan, que traz os melhores embates, com o ex-vilão sempre questionando as atitudes e limites da viúva. A questão aqui é, se as escolhas que a líder precisa, e está disposta a tomar ao longo da missão a aproximam da figura que ela tanto abomina no rival? 

Enquanto isso, Daryl segue sua própria, jornada reencontrando uma figura de seu passado, e descobrindo uma forma própria de lidar com o grupo rival. De fato o personagem aqui serve como recurso para a solução de último minuto em dois momentos. Mas ao invés, do preguiçoso "deus ex-machina", acompanhamos a jornada que o levou aquela posição privilegiada, tornando tudo mais coerente e interessante. 


O grupo formado por Eugene, Ezequiel, Yumiko e Princesa encontra um desafio completamente diferente. Cativos na Commonwealth o quarteto conhece, e nos apresentam a uma nova sociedade, uma cidade-estado avançada, com burocracia e hierarquias rígidas. A maior e mais "bem sucedida" comunidade vista até então na série. Não demora muito para percebermos que nem tudo são flores nesse sistema, em que estes devem ser último grande desafio de nossos heróis. 

Já em Alexandria a fome e as cercas caindo são o grande inimigo. Com a região esgotada e destruída, Carol, Aaron e Rosita precisam descobrir uma forma de manter a comunidade até o retorno de Maggie. Há tempo ainda para observarmos um pouco da perspectiva das crianças sobre aquela realidade, e principalmente de Judith que sente cada vez mais a partida de Michone. E o retorno de Connie, em um episódio com "criaturas novas", que criam uma sequencia de terror inédita na franquia. 


E claro, como esta é a primeira de três partes em que esta temporada será dividida, todos os núcleos, terminam em enervantes cliffhangers (os famigerados ganchos). Mas dessa vez, os desfechos em aberto não irritam tanto, já que muita coisa fora realmente desenvolvida até ali. Não há episódios fillers, ou mesmo sequencias dispensáveis, o roteiro é direto, preciso e eficiente. 

Novos e criativos cenários, renovam a cara do programa, especialmente nos dois primeiros episódios. Enquanto a fotografia está mais caprichada, determinando bem o tom de cada cena, e a distinção dos lugares em que se passam as histórias. À exceção fica por conta de uma sequência de batalha na floresta no terceiro episódio, que inventou um spot de luz para iluminar a cena. Soa como se o câmera segurasse uma lanterna no rosto dos atores todo o tempo, nos lembrando constantemente de que esta é uma série de TV. Recurso artificial, mas que atendeu ao seu propósito, confere dinamismo e compreensão à sequencia noturna, logo não deve incomodar a maioria.


À julgar por estes episódios iniciais, The Walking Dead, parece ter escolhido deixar a mesmice de lado terminar, nos recordando de como era empolgante e interessante em sua estreia. Tomara que a qualidade perdure por toda a temporada, nos fazendo lamentar ainda mais a transmissão e discussão limitada pela assinatura de um streaming. 

A 11ª temporada de The Walking Dead está disponível exclusivamente no Star+. E não há previsão de exibição no Star Channel (o antido Fox Channel), onde todos os anos anteriores foram exibidos. Este último ano será dividido em três partes com oito episódios cada, a segunda parte estrear em 20 de fevereiro de 2022. 

Leia mais sobre o universo de The Walking Dead.

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