Apesar de ser uma sequencia direta, este segundo filme se passa décadas antes que o anterior, contando um dos eventos causados pela mesma entidade no ano de 1978, claro. Acompanhamos o verão das irmãs Cindy (Emily Rudd) e Ziggy (Sadie Sink, a Max de Stranger Things) no acampamento Nightwing que recebe crianças das cidades de Shadyside e Sunnyvale, e como uma delas sobreviveu a mais um massacre na cidade.
Enquanto o primeiro filme fazia referência à slashers cheios de jump scares dos anos de 1990 como a franquia Pânico. Rua do Medo: 1978, faz alusão a slashers classicos das décadas de 70 e 80, como Sexta-Feira 13. Deixando os sustos fáceis de lado, e apostando na tensão pela sobrevivência. Jovens em um acampamento isolado, à noite e com um assassino à solta, o que poderia dar errado?
A produção acerta ao focar na conturbada relação entre as irmãs Cindy e Ziggy. Com interpretes mais carismáticas e personalidade menos caricata, ainda que dentro de estereótipos de tramas adolescentes, a empatia com as protagonistas é muito mais eficiente que a do primeiro longa.
Outro acerto é não se privar do humor, apostando nas típicas picuinhas adolescentes. Enquanto a trama se desenrola de forma fluida, e em um crescente de tensão e violência. Decapitações, ossos expostos, e outros ferimentos sanguinolentos, apostam na ojeriza do público para causar pavor.
Para a trilogia como um todo, este segundo filme aprofunda a trama sobrenatural que havia sido apenas apontada anteriormente. Esclarecendo as "regras" da maldição, e preparando o terreno para suas origens que devem ser apresentadas no capítulo final Rua do Medo: 1666.
Também há tempo para reforçar a rivalidade e diferenças entre Shadyside e Sunnyvale. Alçando as cidades ao status de personagens. Porquê uma é amaldiçoada e outra "abençoada"? Qual a história por trás dessa rivalidade? Mais questões a serem trabalhadas na parte três deste evento de terror da Netflix.
O elenco jovem parece mais entrosado, com Rudd e Sink dividindo bem o protagonismo. Enquanto o restante do elenco é eficiente em servir de escada para a dupla. Dessa vez nos importamos com o bem estar até daqueles coadjuvantes, que sabemos desde o princípio que estão fadados a morrer.
Se o episódio que se passa em 1994 era raso e simplista demais, Rua do Medo: 1978 - Parte 2 surpreende ao mudar de década e de estilo, homenageando outras produções do gênero. Com personagens mais carismáticos, e uma trama mais interessante, a produção cresce em qualidade, e agrega valor à trilogia como um todo, ainda que funcione de forma independente. É divertido, enervante e além de preparar o terreno para uma promissora terceira parte. Que agora, estamos ansiosos para ver.
Rua do Medo: 1978 - Parte 2 (Fear Street: 1978)
2021 - EUA - 109min
Terror
Leia a crítica de Rua do Medo: 1994 - parte 1
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