O Legado de Júpiter - 1ª temporada

É difícil decidir se O Legado de Júpiter chegou atrasado no cenário da cultura pop, ou simplesmente foi planejado de forma equivocada. Certeza é, que a série da Netflix não consegue explorar o potencial dos quadrinhos de Mark Millar que adapta.

A primeira geração de heróis está mantendo o mundo seguro há quase um século, mas a os tempos são outros e com a nova geração as regras podem ser outras. 

Pois é a sinopse é vaga e curta. Isso porquê ao longo de seus oito episódios, a série fica presa nas mesmas questões sem nunca desenvolvê-las, como se houvesse certeza de temporadas futuras. Assim, a série alterna entre os conflitos dos tempos atuais, como embate de gerações e questionamento de antigas regras, e na origem dos primeiros heróis em 1929.

O roteiro alterna as duas épocas, combinando ritmo e temática. O que potencializa os momentos intensos, mas também, aqueles mais enfadonhos, já que ambas as linhas narrativa alcançam os momentos de marasmo ao mesmo tempo, e apostam na repetição. Desde os dramas ente Utópico e seus filhos, até as alucinações do então mortal Sheldon, no passado, as cenas se repetem demais e pouco evoluem. Deixando muito a ser resolvido no episódio final, e mais ainda em temporadas futuras.


Em 1929, alucinações levam o grupo a uma jornada ao desconhecido. No futuro, os jovens questionam as regras de não matar dos mais velhos, mesmo diante de situações de vida ou morte. Ou ainda no caso de  Chloe (Elena Kampouris), toda a atividade heróica em si.

Mas pouco acontece além de discussões rasas e repetitivas. O assassinato do vilão pelo heróis por  exemplo, foi questionada de forma mais contundente no conflito interno de Kal-El em O Homem de Aço. Já a busca dos personagens em 1929, faz muito mistério antes de virar uma mistura de Shazam com Power Rangers, resolvida às pressas. 


Apesar da pouca evolução da trama, a série não aproveita o tempo extra para construir melhor este mundo. A história dos primeiros heróis é contada na segunda linha temporal, mas e os demais de onde vieram? Como estão todos estão inseridos na sociedade? Como as pessoas comuns lidam com os super? E os quanto aos vilões? Há muito cenário a ser construído e apresentado além do grupo original liderado por Utópico (Josh Duhamel). 

Os efeitos especiais, fotografia e até figurinos remetem bastante às séries da CW. Entretanto, diferente do Arrowverse onde a "breguice" é abraçada com bom humor, aqui os exageros soam apenas exagerados e cafonas diante da seriedade dos temas. Mas é a maquiagem que mais falha ao não criar um envelhecimento convincente para os atores que estão presentes nas duas linhas narrativas.

Além de Duhamel elenco traz bons nomes, como Ben Daniels e Leslie Bibb. Matt Lanter se destaca ao marcar presença, mesmo estando apenas em uma das linhas narrativas. 


O Legado de Júpiter tem um material fonte excelente, mas preferiu economiza-lo e pouco entregou ao público neste "primeiro volume". O resultado é uma série repetitiva, com um enorme gancho e promessas para aventuras futuras. Basta saber se a mera promessa é suficiente para trazer o público de volta para uma segunda temporada.

O Legado de Júpiter  tem oito episódios com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis na Netflix.

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