Fei Fei (Cathy Ang) tem medo de a memória de sua mãe seja esquecida, quando seu pai começa a namorar novamente. Por isso, decide provar que a lenda favorita de sua mãe é verdadeira e construindo um foguete para conhecer Chang'e (Phillipa Soo) a deusa que mora na lua.
Apesar de deslumbrante, e visualmente apelativo, o mundo escondido no lado escuro da lua existe apenas para inchar a história de personagens secundários, que nem sempre colaboram com o desenvolvimento da trama. Sem uma boa construção de mundo, ou funções eficientes, a leveza que estes personagens trazem não compensam o tempo desperdiçado com eles.
A literalidade das canções é outro ponto fraco da produção. As letras em geral enumeram ações, ou repetem decisões e sentimentos, com pouca sutileza ou poesia, por vezes interrompem a trama para acontecer. Alguma sensação é de estarem presentes para atender à uma fórmula, e não para acrescentar nuances à narrativa.
Fei Fei é um dos acertos da produção. Os conflitos da adolescente, são realistas e fáceis de se relacionar, mesmo que a produção não os trate de forma complexa. Visualmente bem construída, a personagem é inteligente, divertida, imaginativa e carismática, um belo exemplo para sua jovem audiência.
E por falar no visual, este sim é o grande ponto forte de A Caminho da Lua. A animação é visualmente deslumbrante, misturando bem o visual tradicional e realista de um bairro chinês, o brilhante neon de Lunária, e até poeticas inserções de animação tradicional. É complexo, bem construído, bem animado e, acima de tudo, lindo de se ver.
Representatividade é outro fator a favor da animação da Netflix. Acompanhamos uma família chinesa, conhecemos um pouco de sua cultura, e até somos apresentados à uma popular lenda chinesa (Chang'e é uma lenda verdadeira, embora o desenho tenha tomado algumas licenças poéticas com relação à ela). É uma voz e visibilidade muito vem vinda na indústria povoada de jovens brancos ocidentais. E este é provavelmente o maior mérito da produção.
👏👏👏👏👏
ResponderExcluirObrigada!
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