
Quinn Ackerman (Sabrina Carpenter) é a estudante perfeita, tem excelente notas, várias extracurriculares, faz trabalho voluntário. Ainda sim o escritório de admissões na faculdade dos sonhos acha pouco, e para impressioná-los a jovem alega fazer parte da premiada equipe de dança de sua escola. Agora ela precisa não apenas encontrar uma equipe para competir, mas também, aprender a dançar.
Os passos são aqueles bastante conhecidos: o desafio por motivos equivocados, porém aceitáveis; a reunião dos excluídos da escola; os atritos nos ensaios; a primeira etapa ruim salva por um erro de outro time; o entendimento do grupo; a evolução na dança; o problema que faz tudo desmoronar; a redenção e reunião; a apoteose da competição principal. A previsibilidade não é um problema, quando bem executada, e A Dançarina Imperfeita consegue entregar uma boa execução desses passos.
A protagonista vivida por Sabrina Carpenter, contida, desajeitada e ainda sim carismática. Sua evolução para uma dançaria eficiente é gradual o suficiente para se tornar crível. Enquanto as cenas de dança, são acertadamente empolgantes ou descoordenadas de acordo com que a evolução da trama pede. Não há grandes novidades na montagem, mas os números são apresentados de forma eficiente e compreensível.
A falha fica por conta do tratamento dado aos personagens secundários, restritos aos estereótipos mais comuns do gênero. Os dançarinos de apoio, são só isso mesmo, apoio para a protagonista. Representam a diversidade que vai fazer a diferença no sucesso do grupo, o rapaz que pratica karatê, o que tem ginga do futebol, a dançarina indiana, o DJ e a gótica intensa.


Uma pausa aqui para mencionar uma crítica, proposital ou não, às pressões da sociedade. Estudante impecável, a protagonista fez tudo que a faculdade poderia exigir dela, apenas para ser rejeitada por ter feito tudo isso. Seguir as rígidas exigências, a colocaram em um padrão, evitaram que a moça criasse paixões, e a tornaram desinteressante para a mesma faculdade que criou as exigências. Sentiu a hipocrisia aí?
A crítica aqui é as altas exigências da sociedade, e os padrões em que somos obrigados a nos encaixar. Logo não é surpresa que o caminho escolhido pela equipe de dança, seja abraçar as características de seus "excluídos", misturá-las e criar algo único. É a valorização da individualidade, no ambiente coletivo. Mas vou parar por aqui, talvez eu esteja pensando demais para um simples filme de dança.

A Dançarina Imperfeita segue os passos de produções como As Apimentadas, atualizando batidas, estilos de dança para as gerações atuais. Não reinventa a roda, mas entrega o que promete, diversão simples, alegre, bem humorada e que até dá vontade de dançar no sofá.
A Dançarina Imperfeita (Work It)
2020 - EUA - 93min
Comédia, Musical
2020 - EUA - 93min
Comédia, Musical
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