
Recém falecida, a órfã tetraplégica Ava (Alba Baptista) acorda em um necrotério, com total controle do seu corpo. Sua ressurreição se deve à um artefato mágico escondido em suas costas, que também lhe concede poderes sobrenaturais e sobre-humanos. Trata-se da mais poderosa arma de um grupo de freiras que secretamente combatem demônios há séculos. Enquanto a igreja tem urgência em recuperar o artefato, a jovem deseja apenas experimentar a vida pela primeira vez.
É isso mesmo que você leu, freiras que combatem demônios, trajando "hábitos táticos" e empunhando armas, e na maioria adolescentes, ou jovens adultas. Esta última parte pode soar irrealista, mas é coerente com a ideia de que a vida de uma guerreira desta ordem é curta, e poucas chegam à maturidade, além de dar o tom da produção. É uma aventura juvenil, com ares de Buffy, a Caça-Vampiros, ou Supernatural nas temporadas mais recentes e piadistas.
É por causa dessa natureza adolescente, que a série demora um pouco a engrenar. Enquanto já estamos interessados no "Halo" (o tal artefato), e toda a história por trás da ordem, Ava ainda quer ser uma adolescente comum. Assim, a primeira metade da série soa mais arrastada do que deveria para quem não está tão interessado assim em intrigas juvenis. O que é agravado por uma narração intrusiva e redundante da própria protagonista.


Os diálogos são exageradamente didáticos, mesmo para quem não está habituado com mitologia de anjos e demônios. Mas o carisma de seu elenco jovem compensa a verborragia. Alba Baptista segura bem o protagonismo, mesmo no início quando a personagem age de forma mais egoísta. Toya Turner consegue imprimir toda a determinação de sua freira renegada. Enquanto o restante do elenco jovem, consegue marcar bem as as características bem definidas de suas personagens. É fácil diferenciar e compreender as motivações de cada uma, mesmo que todo mundo fique meio parecido em seus hábitos pretos.


O figurino das freiras é estiloso e irreal, no bom sentido. Enquanto as locações na Espanha surpreendem com cenários antigos e belos. A sensação de se estar acompanhando uma história dentro da igreja católica, é em grande parte mérito dos prédios históricos e imponentes que abrigam a produção.

A primeira temporada de Freira Guerreira tem 10 episódios com cerca de uma hora cada, todos já disponíveis na Netflix.
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