
Violet Markey (Elle Fanning) está sob o parapeito de uma ponte, quando Theodore Finch (Justice Smith) a conhece. O incomum encontro desperta o interesse do garoto pela moça, e forçados a fazer juntos um trabalho de classe - no qual visitariam os tais lugares incríveis - a dupla passa a conviver e ajudar um ao outro a trabalhar suas cicatrizes emocionais e distúrbios psicológicos, na medida do possível, dentro do conhecimento de adolescentes.
Você compreendeu certo, o filme já começa com uma situação de suicídio. Aborda também, luto, depressão, bullying e bulimia, todos distúrbios complexos que atingem jovens dessa geração. Há um esforço visível para tratar destes temas de forma honesta, sem glamorizá-los (lição que a Netflix aprendeu à duras penas com a polêmica de 13 Reasons Why).


O relacionamento do casal, também sofre com um desenvolvimento brusco e um tanto apressado. Esta falha no entanto, é compensada pelo carisma e química de seu casal de protagonista. Fanning, já experiente em dramas, faz um trabalho eficiente ao criar uma gradual superação do luto para Violet. Já Smith, mais visto em "filmes pipoca" como Jurassic World e Detetive Pikachu, surpreende ao acompanhar o nível de sua parceira de cena, deixando transparecer as muitas camadas de Finch, mesmo antes do roteiro resolver abordá-las.

Por Lugares Incríveis acerta em escolher abordar sem glamorizar, mas não consegue equilibrar este bom senso com o peso que estes temas merecem. É um bom começo de discussão, mas poderia ser mais. No geral, passeia por lugares familiares do sub-gênero romance adolescentes com condições complexas, para contar com responsabilidade, uma história que funciona, mas não engaja o público.
Por Lugares Incríveis (All the Bright Places)
2020 - EUA - 107min
Drama, Romance
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