Uma história contada pelo pai das protagonistas em sua infância pode esconder os mistérios por trás dos poderes de Elsa. Anos depois da coroação, a história vem à tona e leva os personagens em uma jornada de descobertas e amadurecimento que envolve outra cultura e a magia da natureza.
O argumento tirado da cartola via flashback, é o único grande porém de Frozen 2. O adendo que talvez responda as perguntas em torno das habilidades da rainha, foi claramente pensado para esta sequencia. Entretanto, se encaixa bem na mitologia, e fogo do obvio para explicar perguntas que não necessariamente queríamos ver respondidas.
A expansão do universo também abre espaço para outras discussões, como respeito com o meio ambiente, choque entre culturas, erros do passado e mentiras. a maioria, no entanto, é apenas apontada e pouco discutida. O foco é o amadurecimento, e as inevitáveis mudanças que vem com ele. Tudo devidamente evidenciado através de Olaf, em divertida fase existencialista.
E por falar em diversão, este longa é tão (ou mais) divertido que o original. Talvez por não precisar mais apresentar personagens, e usar este "tempo extra" para divertir com velhos conhecidos. O musical estilo boy band estrelado por Kristoff, se destaca e mostra que a produção está preocupada em divertir também o público mais velho.
De volta ao drama, novos personagens ajudam a contar esta nova história e apresentar novos questionamentos. Entretanto nenhum deles, consegue marcar uma presença mais evidente. O foco é mesmo em Ana, Elsa, Olaf, Kristoff e Sven. Com as irmãs tentando compreender suas habilidades, e individualidade, o entregador de gelo e sua rena estão às voltas com o avanço de um certo relacionamento, e Olaf questionando, a vida, o universo e tudo mais.
A mensagem ecológica é coerente com o momento. Assim como o embate entre duas nações, e as ações extremas que podem ser tomadas nessas ocasiões. Embora nenhuma destas discussões sejam tão contundentes, quanto as do filme anterior de aceitação e empoderamento.
Há um número bem maior de músicas, algumas engraçadas, outras belas, a maioria complementa bem a história. Mas, estão longe de ser um hit chiclete como Let it go. O elenco original, composto por Idina Menzel, Kristen Bell, Josh Gad e Jonathan Groff está de volta para interpretá-las. Com o reforço de Sterling K. Brown, Evan Rachel Wood e Alfred Molina, embora nem todos aqui cantem. O elenco nacional também está de volta, com Fábio Porchat como Olaf.
Já o design de produção cria cenários deslumbrantes, que vão dos tons terrosos de uma floresta mágica, até o neon de um mar revolto à noite. Caprichando no detalhismo e no simbolismo, para ajudar a contar a história. Desde pequenos cristais de gelo em formatos específicos, criaturas mágicas de movimentação fluida, cada detalhe enriquece ainda mais as cenas.
É verdade, os poderes de Elsa ainda são bastante aleatórios. Ela congela coisas, altera o tempo, cria vida, faz roupas... Mas dentro da proposta, tudo é coerente. Cinéfilos mais atentos, vão notar uma certa semelhança de argumento com O Quinto Elemento (aquele com Bruce Willis), mas a história de Arendele segue seu próprio rumo, e até toma algumas decisões bem ousadas, ao focar em seus adorados personagens, e não ter medo de evoluí-los.
Frozen 2 é um bem vindo reencontro Ana, Elsa, Olaf, Kristoff e Sven. Divertido, bem produzido, avança a história de forma corajosa e coerente. Vai atender as expectativas e encantar os fãs da Disney de todas as idades.
Frozen 2 (Frozen II)
EUA - 2019 - 104min
Animação, Aventura, Musical
Leia as críticas de Frozen - Uma Aventura Congelante e do curta Frozen: Febre Congelante
إرسال تعليق