
O ano é 2563, em mais um futuro distópico onde uma guerra intergalática conhecida como "A Queda", dividiu os sobreviventes em duas classes. Os poucos abastados que vivem na última cidade flutuante Zalem, e todo o resto que habita a Cidade de Ferro logo à baixo. É no lixão de descarte dos abastados que o Dr. Ido (Christoph Waltz), encontra Alita (Rosa Salazar, da franquia Maze Runner). Uma ciborgue de origem misteriosa, sem memórias e com incríveis habilidades e instintos de luta, que nesta primeira aventura tenta desvendar sua origem e descobrir seu lugar neste mundo.
Sim, primeira aventura! A intenção da criação de uma nova franquia é clara aqui. O filme foca nos quatro primeiros volumes, dos nove que compõe a saga. A versão de Cameron aponta discussões como a escassez de recursos, nacionalismo e autoritarismo, os limites da tecnologia e medicina, e as consequências de um estado que não provém a segurança de seu povo. Mas a abordagem destes temas, são deixados em segundo plano em prol da construção deste universo e das humanização de sua protagonista.
Alita tem um cérebro humano, que sem memórias do passado busca uma nova vida. Quem a protagonista vai ser é determinado em parte por suas relações. Desde a acertada dinâmica de pai e filha com o Dr. Ido, até o forçado relacionamento amoroso com Hugo (Keean Johnson). Vale mencionar, não há problemas na existência do romance, mas este não precisa ser a o grande fator determinante para as ações da protagonista. Não estamos mais no momento em que as ações de uma personagem feminina precisem ser determinadas por um romance. A forma como esse é abordado pelo roteiro, cheio de clichés e momentos piegas não ajuda. À certa altura a moça oferece literalmente seu coração robótico ao rapaz. As injustiças deste mundo e o caráter da protagonista, são os outros fatores determinante nas escolha das causas que a moça escolhe defender.
E por falar neste mundo, este é sim rico e cheio de nuances. Mas pouco disso é mostrado além do necessário para compreendermos como aquele mundo funciona. Um contexto geral mais detalhado, motivações e intenções que tornam aquele mundo o que é parecem, ter sido poupadas para uma possível sequência. O mesmo vale para o passado de Alita. Tanto nós, quanto ela, pouco descobrimos sobre sua vida anterior, e o que a levou ao "descarte" onde fora encontrada, neste primeiro filme.



Alita: Anjo de Combate tem uma protagonista forte e carismática. Esta última característica um acerto e tanto considerando que se trata de uma humanoide criada em computação gráfica, e as chances de causar estranhamento eram grande. A moça consegue se conectar com a audiência tanto quanto, o universo em que ela está inserida nos deixa curiosos, e a ação empolga. Uma pena apenas, que a produção tenha optado por uma fórmula batida para garantir uma franquia. Deixando para explorar este mundo complexo em aventuras futuras. Para quem gostaria de ver mais, resta apenas torcer para que a história ganhe continuidade na telona.
Alita: Anjo de Combate (Alita: Anjo de Combate)
EUA - 2019 - 162min
Ficção científica, Ação
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