Operação Overlord

Caso você não tenha ligado o nome ao evento, Operação Overlord foi o codinome usado para a Batalha da Normandia. A invasão dos aliados na Europa ocupada pelos nazistas, que inclui o muito mais famoso, e amplamente explorado pelo cinema e TV, "Dia D". Agora que você lembrou do que o filme se trata, provavelmente está se perguntando, será que há algo de novo para se contar sobre este decisivo dia? Sim. Certamente existem centenas de histórias e heróis daqueles dias dos quais nunca ouviremos falar. Aqui imaginamos uma destas possíveis histórias, de uma forma mais fantasiosa e com muito horror.

Um grupo de paraquedistas americanos é enviado para trás das linhas inimigas horas antes da invasão à Normandia, com a crucial tarefa de destruir um transmissor de rádio no topo de uma igreja fortificada, em um pequeno vilarejo francês. Em menor número e cercado de alemães, os heróis ainda precisam lidar com os segredos produzidos por lá.

Urgência, este é o tom definido pela produção de J.J. Abrams logo na primeira cena. Ser literalmente jogado no campo inimigo em meio ao bombardeiro é aterrorizante, especialmente se nos lembrarmos que se trata de uma situação real de guerra. Uma vez em solo, não há descanso para o pelotão, que precisa lidar com o tempo limitado para cumprir a missão, os ferimentos, a perda de companheiros, minas terrestres, soldados nazistas, e "aquele algo mais" que sabemos estar acontecendo na igreja.


O elenco formado por atores em ascensão é eficiente nas tarefas de passar essa urgência, criar uma dinâmica entre eles e ainda causar empatia no espectador. São apenas pessoas comuns jogadas em uma situação que não escolheram. Os destaques ficam com o doce e deslocado Boyce (Jovan Adepo, The Leftovers, Mãe!), e seu contraponto imediato, o calejado Ford (Wyatt Russell, Black Mirror). Também chamam atenção a modelo e atriz francesa Mathilde Ollivier, em sua boa estreia em produções estadunidenses, e o propositalmente caricato vilão de Pilou Asbæk (Game of Thrones). John Magaro (A Grande Aposta) e Iain de Caestecker (Agents of Shield) completam o elenco principal.

Além do aflitivo tom de perigo constante, os personagens enfrentam o gore propriamente dito. Operação Overlord combina os horrores verdadeiros de uma guerra, com a ameaça mais fantasiosa de um filme de terror. A direção de Julius Avery, consegue apresentar estas ameaças pouco realísticas e propositalmente exageradas, sem diminuir o impacto da rotina de uma guerra, e este é o maior acerto do filme. Por mais incansável, sangrento ou grotesco que sejam os inimigos fantásticos, é a realidade da guerra que mais assusta. O cotidiano do pequeno vilarejo sitiado, e a vida em constante alerta de seus moradores, sempre esperando para ser a próxima vítima, é uma atmosfera tão, ou mais difícil de encarar, que qualquer monstro.

Operação Overlord tem efeitos visuais eficientes, algumas cenas de ação grandiosas, e ritmo intenso, mas a produção acerta mesmo ao entregar um terror que trabalha com medos distintos, o real e o fantástico. Seja com o monstro um humano do outro lado da batalha, ou uma criatura sobre-humana, você vai permanecer nervoso e alerta como um soldado em solo inimigo durante toda a projeção.

Operação Overlord (Overlord)
2018 - EUA - 110min
Terror, Ação, Guerra




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