
Entretanto, existem sim bons filmes sobre videogames no mercado. A parte curiosa é que tratam-se de obras que não foram inspiradas em jogos verdadeiros. Confira agora os melhores filmes sobre videogames de mentirinha, ou quase isso!
Detona Ralph
(Wreck-it Ralph - 2012)
Ralph é um tradicional vilão de um game das antigas, mas anda inconformado com seu status de renegado e resolve tomar uma atitude. Decidido a ser visto como a boa pessoa que é e passeia por todo o fliperama, e passa por jogos de diferentes estilos e épocas. Completamente inspirados nos jogos eletrônicos que jogamos no mundo real, é possível reconhecer as inspirações usadas nos personagens principais, caçar referências e participações especiais. Tudo isso, com a qualidade técnica e narrativa da Pixar.
Sucesso de público e crítica, Ralph, Vanelope e companhia vão ganhar um novo filme, Wi-Fi Ralph 2019. E como todo bom game das antigas que se preze, vão ganhar uma atualização nostálgica e chegar à internet, expandindo estilos e referências ainda mais. E claro, a essa altura, já é possível encontrar versões jogáveis de alguns games que aparecem no filme, falta saber se são tão divertidos quanto a aventura da Disney.
Jumanji: Bem-Vindo à Selva
(Jumanji: Welcome to the Jungle - 2017)
A melhor descrição deste longa é a seguinte: trata-se de uma adaptação/paródia de um videogame, que não existe. Jumanji nasceu como um jogo de tabuleiro clássico, que levou Robin Williams e Kirsten Dunst para uma excelente aventura em muitas Sessões da Tarde na década de 1990. O recente remake reformula a franquia, transmutando o jogo em um console com cara de Atari, que suga seus jogadores para a selva cheia de desafios que eles precisam superar para voltar para a casa.
Estrelado por Dwayne "The Rock" Johnson, foi recebida com desconfiança pelos fãs do original (ok, talvez só por mim!), mas surpreendeu ao não agredir a memória do filme de 1995, trazer toques de nostalgia e até críticas a clichês dos vídeo-games do mundo real. Com um elenco talentoso, é despretensioso, divertido e leve, sem ofender a inteligência do espectador.
Jogador Nº1
(Ready Player One, 2018)
Jogador Nº1 é sim uma adaptação, mas não de um videogame, a obra nasceu nas páginas (leia a crítica do livro aqui). Uma obra completamente antenada com o mundo dos games a cultura pop em geral, onde todos passam a maior parte de sua vida em uma realidade virtual, o Oasis (parecido com o Second Life, quem lembra?). Quando o criador deste paraíso morre, seu patrimônio fica disponível para o primeiro que vencer seu jogo, uma caçada ao tesouro. O jovem Wade Watts é um daqueles que tentam mudar de vida com a nova oportunidade, e tem que lidar não apenas com a concorrência de outros jogadores, mas com uma empresa que quer apenas lucrar com a plataforma.
Dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg, o filme acerta ao emular o estilo dos clássicos de aventura oitentistas que o próprio diretor ajudou a consolidar, e também ao transportar a narrativa dos jogos para a tela. Os jogadores tem que superar fases com níveis crescentes de dificuldades, angariar recursos e parceiros se quiserem alcançar o grande prêmio. Tudo isso com muitas - eu disse muitas, mesmo! Uma tonelada! - referências à cultura pop. Games, filmes, animes, desenhos, séries, livros, música, tem um pouquinho de nostalgia para cada tipo de espectador. Um filme feito para, e por, aficionados com a cultura pop, em especial da década de 1980, mas acessível para quem não tem a mesma bagagem.
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Na arte de transportar videogames para as telas, parece que o segredo é deixar de lado os clássicos, e apostar em personagens originais e muitas referências. O que não quer dizer que não existam filmes ruins entre as "não adaptações de videogames" - Pixels (2015) está aí para comprovar isso.
Mas, o sucesso destes longas pode apontar o caminho para as adaptações de games da vida real. É só questão de tempo, e uma atençãozinha dos criadores. Por hora, fica aí, minha listinha de filmes para amantes de videogames.
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