
Uma criatura que bem podia ser "O Monstro da Lagoa Negra" é capturada na década de 1960, em plena guerra fria, pelos "estadunidenses". É claro que logo vira objeto de estudo em busca de uma possível vantagem sobre os soviéticos. Eliza Esposito (Sally Hawkings) é faxineira no laboratório secreto onde o homem anfíbio está sendo estudado, e graças a uma característica peculiar cria uma relação única com o monstro. Quando a vida dele é ameaçada a mocinha não mede esforços para salvar o novo amigo.
Elisa, é muda, não é infeliz por isso, mas também não tem nada realmente mágico em seu cotidiano repetitivo. Sem falar uma palavra Hwakings, consegue transmitir a fragilidade, compreensão e coragem da personagem, que sem preconceitos consegue amar o diferente. Além de encontrar nesta "novidade" forças para mudar sua vidinha. Parceiro de longa data de Del Toro e especialista em monstros com pesada maquiagem Doug Jones também constrói sua criatura completamente sobre gestos e olhares. Eficientes sozinhos, juntos a dupla é hipinótica. Impossível resistir passar horas tentando entender como sua relação se desenvolve, desde a linguagem até os sentimentos.



Apesar da magia, este conto de fadas não é para crianças. Aliás nem mesmo para adultos que não tenham mente aberta. O diretor inclui componentes picantes que dá mais importância aos aspectos desta relação madura entre os protagonistas. São personagens de fábula sim, mas são adultos inspirados em pessoas reais, logo, temas como preconceito, sexualidade, poder, racismo, auto-conhecimento, homossexualístico, humanidade, divindade, entre outros fazem parte de suas vidas.
Em A Forma da Água a Princesa sem voz e a Fera que não precisa mudar em nada não dizem uma palavra, mas falam muito. E com muita gente, basicamente, todos os desajustados, excluídos e diferentes, e quem nunca se sentiu assim?
A Forma da Água (The Shape of Water)
EUA - 2017 - 123min
Fantasia, Drama, Romance
*Assistido em outubro de 2017 no Festival do Rio - A Forma da Água estreia em 01 de Fevereiro de 2018
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