Devo admitir uma coisa, aprendo mais história assistindo filmes e séries que nos tempos de escola. Para isso, é claro, preciso levar em conta as romantizações, licenças poéticas e fazer uma ou outra pesquisa. Apesar de ser inspirado em uma história real Dunkirk é umas destas produções que abraçam muitas licenças para alcançar seus objetivos. Demonstrar a condição humana, mais precisamente o desespero pela sobrevivência. Este parece ser o principal intuito de Christopher Nolan ao nos contar sua leitura da Operação Dinamo.
Também conhecida como Evacuação de Dunquerque, quando tropas aliadas foram encurraladas na praia da cidade francesa e mobilizaram uma complexa operação de resgate sob fogo inimigo com ajuda inclusive de civis. Acompanhamos o resgate em três linhas temporais diferentes. Uma semana dos soldados presos na praia, um dia de civis cujos barcos foram destacados para o resgate e uma hora de confronto nos céus dos pilotos que tentam dar cobertura para a retirada.
As diferentes perspectivas de uma mesma batalha e a temporalidade discrepante são indubitavelmente o grande diferencial da narrativa. E apesar de definir esta diferença desde o início, para alguns pode parecer uma trama difícil de compreender, especialmente nos primeiro minutos de projeção. Há aqueles que defendam que a confusão é intencional. Mais um artificio para fazer o expectador experimentar outro sentimento dos soldados, o de não compreender o que realmente se passa a sua volta. De uma forma ou outra, a divisão coloca o filme em um tom de clímax constante muito bem filmando.


Os revezes da tentativa de resgate do jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead), ao lado de outros soldados, igualmente perdidos, oscilam vertiginosamente, entre, esperança, alívio, medo e decepção. Inclua aqui um eficiente Harry Styles, a escalação do astro pop adolescente chamou atenção principalmente quando Nolan revelou que não conhecia a fama pregressa do músico. Nos céus o piloto Farrier (Tom Hardy), conduz sua missão com frieza e raciocínio metódico em meio a rajadas de aviões inimigos. Enquanto Mark Rylance rouba a cena novamente ao extrair o máximo do pouco tempo em tela como o patriota Dawson que vai voluntariamente ao resgate em meio ao fogo cruzado. Outro desperdício fica por conta do núcleo Comandante Bolton (Kenneth Branagh, excelente mas preso na mesma marcação por todo o filme), que escala James d'Arcy (o Jarvis de Agent Carter) apenas para que ouvir seu superior.


Dunkirk
2017 - EUA, França, Reino Unido, Holanda - 107min
Guerra, Histórico, Drama
Postar um comentário