É dezembro, mês em que muitas séries fazem uma tradicional pausa para as festas, poupando o expectador de perder algum episódio para ir à confraternização de fim de ano da empresa. Uma das primeiras a parar (e últimas a retornar), é The Walking Dead precisa impressionar se quiser que seus expectadores voltem depois de mais de dois meses de pausa.
Mas como se faz isso? Com um bom "cliffhanger" (aquele gancho que deixa um ou mais personagens em apuros antes do "to be continued"). O complicado é criar um bom "cliffhanger" para uma audiência que anseia por uma, ou mais, reviravoltas a cada episódio.
Na terceira temporada, os criadores de The Walking Dead tentaram ter o maior número de "momentos bombásticos" possível. Mas, é preciso haver momentos de calmaria entre as tempestades, para que estas tivessem impacto. O resultado foi uma temporada irregular, que apesar de fazer um enorme sucesso, também sofreu críticas. Especialmente em sua segunda metade.
Aparentemente, nesta quarta temporada a estratégia é outra. Sim houveram, momentos bombásticos e decisivos, mas estes foram melhor distribuídos, e em um ritmo mais compassado. Assim, causar impacto no último episódio antes da pausa, quando as linhas narrativas se cruzam, e as consequências deste encontro ficam "no ar", é muito mais fácil.
E por falar em linhas narrativas seguimos duas. E ambas tratam do mesmo assunto, de formas diferentes. Rick e o Governador precisam redescobrir seu papel neste mundo pós apocalíptico. Depois da queda de Woodyburry e da batalha no presídio, o xerife decide deixar o comando de lado, instaura um conselho e resolve levar uma vida mais pacata. Enquanto o Governador, destituído de seu trono, precisa buscar um motivo para continuar a viver.
É claro, nenhum dos dois consegue manter o plano. Rick precisa a voltar à ditar a palavra de ordem. Enquanto o lado psicopata do Governador o faz perder novamente, aqueles que o pôs em movimento. Tudo acontecendo simultaneamente com a tão esperada guerra entre os dois grupos, pela segurança da prisão. Que inclui um bando inteiro dizimado, mortes relevantes, muita gente sozinha na estrada e algumas incógnitas. Quem está acompanhado de quem? E que ainda pode estar vivo?
Para quem curte mais o lado gore da série, que os dilemas humanos, não faltaram zumbis legais. Depois da versão zumbi gripado do Greg (o nome do personagem não era este, mas em apenas um episódio é difícil desvincula-lo de seu personagem em Todo mundo odeia o Chris), tivemos zumbis subaquáticos, a maior horda da série, outra enterrada em areia movediça. E o como ignorar o incrível zumbi minhoca?
Á exceção deste último episódio, muita gente achou a temporada arrastada e lenta. Eu achei interessante o esforço pela uniformidade. A lembrança de que os zumbis não são a única ameaça deste mundo. E o espaço que alguns personagens ganharam para que seus arcos fossem encerrados devidamente (sim, estou falando do Hershel). Nem George R. R. Martin consegue fazer um Casamento Vermelho a cada capítulo, é preciso preparar o terreno antes. E desta vez prepararam bem.
A parte complicada é a "preparação de terreno" de dois meses, antes do retorno da temporada. The Walking Deade retorna dia 11 de Fevereiro de 2014 à TV brasileira. Apenas dois dias depois da estreia "estadunidense".
Enquanto isso não se esqueça: corte a cabeça ou destrua o cérebro!
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